La
Maison Picassiette, Chartres, France
Você já foi
tão surpreendido por algo tão impressionante a ponto de que tudo o que você pode fazer é ficar surpreso? A casa de campo de Raymond Isidore, coberta com mosaico,
é algo inspirador - mas sua história é ainda mais inspiradora.
Nascido em 1900, em uma família modesta na cidade de Chartres, França, Raymond Isidore não cresceu desejando tornar-se um artista. No início da carreira, Isidoro trabalhou como um moldador, mas alguns problemas de saúde forçaram-na mudar profissões.
Alguns de
vocês podem achar estranho, mas Isidoro encontrou trabalho no cemitério local
como um varredor. Durante este tempo, ele casou com uma mulher cerca de dez
anos mais velha que ele, e comprou um humilde pedaço de terra fora do centro da
cidade. Aí, o varredor começou a construir o que começou como um chalé
aconchegante que logo se transformou em uma atração turística que ainda hoje está de pé.
Um dia, em
1938, Raymond Isidore tropeçou em uma pequena pilha de louças que ele levou
para casa estritamente porque aquilo chamou a sua atenção.
‘Eu peguei as
louças sem qualquer intenção específica, por conta de suas cores e cintilação. Eu
as classifiquei com boas e ruins. Mantive as peças boas empilhadas num canto do
meu jardim, e descartei as piores.
Ele acreditava
que o que as pessoas desdenham e rejeitam em pedreiras e lixões. ainda podem
servir.
Raymond
Isidore procurou obter mais informações sobre os fragmentos lindos. Então, uma
noite, Isidoro teve um sonho no qual um homem de meia idade o encorajou a
transformar sua pilha crescente de fragmentos em algo novo.
"A noite
ditou o que eu tinha que fazer. Eu vi meu motivo antes de mim, como se
realmente existisse... Peças de porcelana ou faiança, estavam ao meu alcance,
pronto para uso."
O nascimento
de La Maison de Picassiette
Usando sua
coleção de peças de cerâmica multicoloridas, Raymond Isidore começou cobrindo
as paredes interiores da sua casa com intrincados padrões inspirados na
natureza. Uma vez que suas paredes ficaram completas, encheu seus tetos, pisos,
cozinha e quarto com colagens coloridas de flores, pássaros, fauna e paisagens.
‘Eu, que nunca
aprendi a desenhar na minha vida, não entendo como consegui chegar a esse resultado'.
Depois de
preencher cada canto e objeto de sua própria casa, ele construiu mais
estruturas para, através da arte em mosaico, conseguir criar algo como uma
capela, um trono, e uma parede no recinto.
Em entrevistas ele disse que esperava por sonhos, que lhe dessem os padrões, as pessoas e edifícios, para fazê-los, de forma que eles, eventualmente, fossem disponibilizados para que todos pudessem ver.
Apesar da
beleza única da sua casa, muitos de seus vizinhos começaram a chamá-lo de
Picassiette que decorre de ‘pique’ (roubo) e ‘assiette’ (significado). Ao longo
de décadas, o empreendimento continuou provocando sua criatividade. Em
dezembro de 1960, a 'Popular Mechanics' visitou Isidoro para escrever a
história da ‘casa de mosaico’. Seis anos antes, Pablo Picasso havia visitado a casa-arte de Isidoro.
Enquanto
algumas pessoas podem apenas o considerar como sendo apenas um zelador de cemitério, não há nenhuma dúvida que, em três décadas, Raymond Isidore criou
algo verdadeiramente extraordinário. Após seu falecimento em 1964, sua esposa
continuou a viver em La Maison de Picassiette até 1979, quando França a tombou
como sendo um monumento histórico nacional.
“Lixo de um homem pode ser um tesouro para outro homem.”
Fonte:
Rachel Gould, Art & Design Editor at
Culture Trip
(JA, Mar18)
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