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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Morre Christo, o artista que embrulhou em tecido pontes e palácios, aos 84 anos




Chirsto em foto de 2016, França

Com a mulher, búlgaro radicado em Nova York criou algumas das obras mais impressionantes da arte contemporânea

O artista plástico Christo, famoso por trabalhos de escala gigantesca criados ao lado da mulher, Jeanne-Claude Denat de Guillebon, muitas vezes embrulhando monumentos no mundo todo, entre eles o Reichstag, em Berlim, e a ponte Neuf, em Paris, morreu no último domingo (31), aos 84 anos, de acordo com seus assistentes em seu perfil no Facebook.

Nascido Christo Vladimirov Javacheff, na Bulgária, e depois naturalizado americano, ele morreu de ‘causas naturais’, segundo o comunicado, em sua casa em Nova York.




A dupla formada com sua mulher, que morreu em 2009, se tornou uma das mais famosas do mundo da arte por trabalhos site-specific, ou seja, criados a partir do lugar onde seriam montados. Suas peças de natureza acachapante, muitas vezes efêmeras, podiam levar anos de planejamento e custar milhões de dólares para serem executadas.

Desde a década de 1960, Christo e a mulher se tornaram nomes incontornáveis num universo da arte que extravasava e implodia todos os limites impostos à escultura, em sintonia com vanguardas como a land art, que ganhava corpo nos Estados Unidos.


Pont Neuf emballé par Christo, 1985


Eles se tornaram famosos no mundo todo em 1985, quando embrulharam a ponte Neuf em tecido brilhante, um trabalho que levou dez anos para ser elaborado e consumiu 100 mil metros quadrados de material reluzente, que se espelhava nas águas do Sena.


Gates,  Central Park NY, 2005


Há 15 anos, Christo, como ele e também a dupla ficaram conhecidos, estendeu 7.500 retalhos de tecido laranja gigantescos pelas alamedas do Central Park, em Nova York —o trabalho levou mais de 20 anos para driblar toda a burocracia antes de ser concretizado.

Outro embrulho, o do Reichstag, em Berlim, há 25 anos, também consumiu quase um quarto de século de negociações e US$ 15 milhões, em valores da época, para sair do papel. Christo transformou a atual sede do Parlamento do país num grande fantasma assombrando os dois lados da capital alemã, até poucos anos antes separada ao meio pelo muro.


Passarelas douradas flutuantes, lago ao Norte da Itália, 2016


Nos anos depois da morte da mulher, Christo se dedicou a realizar alguns dos planos elaborados pelo casal. Um de seus maiores sucessos de público foi uma instalação num lago no norte da Itália onde ele construiu enormes passarelas douradas flutuantes —270 mil espectadores foram caminhar sobre as águas ali ao pé das montanhas.

O projeto italiano ecoa uma obra da década de 1980 em que o casal construiu em Miami uma série de ilhas de plástico cor-de-rosa na baía de Biscayne, considerado um marco na revitalização urbana do balneário americano.
Há dois anos, em Londres, ele ergueu sobre um lago uma enorme estrutura com 7.000 barris de petróleo coloridos inspirada na forma das sepulturas do Egito antigo.

Um dos primeiros trabalhos ao lado da mulher, marroquina que conheceu em Paris depois de ter estudado em Viena, aliás, também usou barris do combustível para bloquear uma rua da capital francesa em protesto contra a construção do Muro de Berlim.

Seu último projeto seria embalar o Arco do Triunfo parisiense em tecido, aguardado como a grande atração da temporada de outono das artes em Paris. Agora, segundo seus colaboradores, o projeto deve seguir adiante, mesmo que abalado pela pandemia do coronavírus.

Ele deixa o filho Cyril Christo, fotógrafo e cineasta e ativista dos direitos dos animais.







Fonte:   FSP, Ilustr



(JA, Jun20)



quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Kobra transforma ônibus em galeria e faz exposição itinerante pela periferia de SP




O artista brasileiro Eduardo Kobra


Muralista brasileiro comemora 30 anos de carreira com mostra gratuita em 13 pontos da Grande São Paulo

No mesmo dia em que comemora 44 anos de idade e 30 de carreira, o artista plástico Eduardo Kobra, um dos mais conhecidos muralistas brasileiros, voltou às suas origens no bairro do Campo Limpo para inaugurar nesta terça-feira (27) uma exposição itinerante que vai percorrer bairros periféricos da Grande São Paulo em um ônibus transformado em galeria de arte.

‘Eu comecei meu trabalho na periferia de São Paulo, aqui no Campo Limpo. Foi aqui que eu passei todos os desafios, todas as lutas, mas foi justamente a periferia que me proporcionou toda a experiência. Então eu tenho uma eterna gratidão por tudo que eu aprendi’, diz Kobra.

A exposição tem entrada gratuita e acontece de 27 de agosto a 8 de setembro, das 9h às 17h, em 13 lugares. (Veja a lista completa abaixo)


Ônibus circular transformado em galeria de arte para a exposição itinerante de Eduardo Kobra por São Paulo


Com seu estilo próprio de retratos e cores fortes, Kobra ganhou fama internacional fazendo enormes painéis em diversos países. Mas há anos pensava em adaptar suas obras para esta exposição, em escala menor, no local onde começou sua carreira.

‘Nesses 30 anos eu estou podendo voltar para cá agora, trazendo as minhas obras na raiz da minha história. E agora eu já passei por cinco continentes, já pintei em cerca de 40 diferentes países. Mudou um pouco a perspectiva, mas eu tenho o mesmo prazer de estar em lugares nobres como a Times Square ou lugares mais simples. Acho que a beleza da arte pública é estar ao acesso de todas as pessoas’, diz.


O muralista Eduardo Kobra observa sua obra com retrato de Jean-Michel Basquiat


O ônibus é do mesmo modelo utilizado nas linhas comuns que circulam na capital. Ele foi cedido por uma empresa e inteiro adaptado. Os bancos foram removidos, recebeu iluminação especial e um projetor que passará um documentário com a história do artista durante a mostra.

‘Para cada muro sempre tenho um original que é uma tela, em menor escala, que é onde eu faço os testes de cor. É justamente o que eu estou mostrando aqui. Cada uma das obras que estão expostas no ônibus contam uma história, que é não só a história dos personagens, mas também do local onde a obra foi colocada’, afirma.



Ônibus circular transformado em galeria de arte para a exposição itinerante de Eduardo Kobra por São Paulo


Levar a arte de rua para o espaço da galeria continua, no entanto, sendo um desafio para Kobra. Esta é a terceira exposição em toda sua carreira, mas a primeira realizada no Brasil.

‘É um desafio, principalmente porque o ônibus é um espaço muito restrito, então as obras são ainda menores. Acaba dando mais trabalho pintar pequeno do que pintar grande. Às vezes o mesmo tempo que eu levo para pintar um prédio, que leva uns 10 dias, eu acabo levando para pintar uma tela de 1 metro por 1 metro’, afirma.


Eduardo Kobra mostra suas obras para crianças durante exposição itinerante por São Paulo



Exposição ‘Galeria Circular’ com Eduardo Kobra
Horário: das 9h às 17h
Dia 28 de agosto, terça-feira
Onde - Campo Limpo (Zona Sul), Projeto Arrastão, à rua Dr. Joviano Pacheco de Aguirre, 255, com apresentação do grupo de percussão ‘Arrasta Lata’ às 13h30
Dia  28 de agosto, quarta-feira
Onde: Grajaú (Zona Sul), à Praça José Boemer Roschel, na esq. da av. Carlos Oberhuber com rua Rubem Souto de Araújo, na Vila São José
Dia 29 de agosto, quinta-feira
Onde: Paraisópolis (Zona Sul), no CEU Paraisópolis, à rua Dr. José Augusto de Souza e Silva, s/n, com apresentação do Balé de Paraisópolis, às 14h
Dia 30  de agosto, sexta-feira
Onde: em Diadema, à Praça da Moça, no Centro
Dia 30 de agosto, sábado
Onde: Itaquera (Zona Leste), no Parque do Carmo, à av. Afonso de Sampaio e Souza, 951
Dia 1º. de setembro, domingo
Onde: Vila Madalena (Zona Oeste), à rua Medeiros de Albuquerque, 270
Dia 2 de setembro, segunda-feiraOnde: Vila Guilherme (Zonas Norte), no Parque do Trote, à av. Nadir Dias de Figueiredo, s/n
Dia 3 de setembro, terça-feiraOnde: Brasilândia (Zona Norte), na Fábrica de Cultura Brasilândia, à av. General Penha Brasil, 2.508
Dia 4 de setembro, quarta-feira
Onde: Heliópolis (Zona Sul), CEU Heliópolis, à Estrada das Lágrimas, 2.385, com apresentação de RAP, em horário ainda indefinido
Dia 5 de setembro, quinta-feira
Onde: Cidade Tiradentes (Zona Leste), Creche Nossa Senhora do Divino Pranto, à av. dos Metalúrgicos, 1.899
Dia 6 de setembro, sexta-feira
Onde: Jardim Noronha (Zona Sul), no Campo de Futebol, à rua Três Corações, à altura do número 874, no ponto final da linha Jd. Porto Velho
Dia 7 de setembro, sábado
Onde: Bom Retiro (Centro), no Projeto Novos Sonhos, à Al. Cleveland, 484, com apresentação da Companhia Infantil e Juvenil Novos Sonhos, com música clássica e percussão, respectivamente, a partir das 13h30
Dia 8 de setembro, domingo
Onde: av. Paulista (Paraíso), à Praça Osvaldo Cruz, em frente ao Japan House, esquina com rua 13 de Maio




Fonte: Marina Pinhoni  |   G1 SP


(JA, Ago19)


quinta-feira, 11 de julho de 2019

Banksy se equilibra entre genialidade e vandalismo em Lisboa



Mostra não autorizada tem cerca de 70 peças originais, incluindo serigrafias, grafites e vídeos


Obra exposta em ‘Banksy: Genius or Vandal?’, na Cordoaria, em Lisboa

Repleta de sátiras políticas e de críticas ao capitalismo, a arte urbana de Banksy -e seu hábito de espalhar suas obras pelo mundo sem qualquer tipo de licença prévia- é objeto de uma grande exposição que fica em cartaz até outubro em Lisboa.

‘Banksy: Genius or Vandal’ convida o espectador a refletir sobre a tênue fronteira que separa uma intervenção artística genial de um ato de vandalismo.

Não autorizada -e até criticada- pelo artista, a mostra atraiu mais de 600 mil pessoas pelas cidades por onde já passou, entre elas Moscou, São Petersburgo e Madri.

Embora seja um dos nomes mais conhecidos do vasto universo da arte de rua, a identidade de Banksy nunca foi confirmada. A aura de mistério em torno de sua personalidade é também um dos componentes de atração de suas obras.

‘O trabalho de Banksy é um desafio para o sistema, um protesto, uma marca extremamente bem construída, um mistério, uma desobediência à lei. Queremos que cada visitante desta exposição seja capaz de decidir quem realmente é Banksy, é um gênio ou um hooligan? Um artista ou um empreendedor?’, provoca Alexander Nachkebiya, que organiza a mostra.

São cerca de 70 peças originais, incluindo serigrafias, grafites, esboços, fotografias, vídeos e instalações da obra do artista britânico.




A seleção inclui o início de sua carreira, em Bristol, na Inglaterra, passa por intervenções dele na Cisjordânia e pela famosa imagem da menina com balão, que voltou aos holofotes depois de ser destruída de propósito pelo artista em pleno leilão da peça.

A exposição é dividida em alas temáticas, que explicam o contexto por trás de algumas das obras apresentadas.

Há especial destaque para as peças que fazem críticas à sociedade de consumo, como ‘História da Cliente Voadora’, que mostra uma menina despencando de um prédio enquanto empurra um carrinho de compras. Outra, também provocativa, é ‘Sale Ends Today’, com figuras bíblicas idolatrando um cartaz de promoção.

A sátira política, um dos assuntos favoritos de Banksy, ocupa uma boa parte da mostra. A família real britânica, o Parlamento de seu país e as autoridades policiais são algumas das ‘vítimas’ mais recorrentes nas mãos do artista.




Em ‘Monkey Queen’, Banksy retrata a rainha Elisabeth 2ª como uma macaca usando coroa e joias em frente às cores da bandeira britânica. Já em ‘Turf Wars’, a arte se volta contra o ex primeiro ministro Winston Churchill, que aparece com um moicano verde feito de grama.




Banksy costuma usar dois animais como forma de expressar sua desobediência ao sistema. Os macacos e as ratazanas, que ganham feições humanas, relembram o espectador das semelhanças entre o comportamento dos bichos e o de seres humanos.

Já os roedores, com sua capacidade de adaptação e sobrevivência, aparecem normalmente associados a símbolos anárquicos, contra o establishment.




As intervenções de Banksy na região ocupada da Faixa de Gaza também são destaque, com uma área inteira dedicada à arte urbana e ao Walled Off Hotel, alojamento que abriu há dois anos com vista privilegiada do muro que separa Israel dos territórios palestinos.

Questionado no Instagram no ano passado sobre a mostra ‘Genius or Vandal’, Banksy desdenhou. ‘Não cobro para as pessoas verem a minha arte, a não ser que haja uma roda gigante’.

A resposta é uma alusão ao fato de todas as exposições criadas pelo artista terem entrada gratuita, com exceção de ‘Dismaland’, de 2015, em que o britânico e outros artistas, criaram uma espécie de parque de diversões distópico, cheio de críticas sociais e políticas.


Obra de Banksy em Paris Benoit Tesier



‘Bansky: Genius or Vandal?’ 
Quando: Seg., ter., qua., qui., sex. e dom.: 10h às 19h. Sex.: 10h às 20h
Onde: Cordoaria Nacional, av. da Índia, Lisboa
Preço: 13 euros (R$ 55)



Fonte: Giuliana Miranda, Lisboa  |  FSP




(JA, Jul19)