quinta-feira, 28 de junho de 2018

Banksy toma as ruas de Paris com sete obras provocativas



Com a discussão sobre a crise migratória em alta na Europa, o grafiteiro abordou essa e outras questões polêmicas em suas pinturas em Stencil 

Conhecido por assinar obras de teor político, o artista anônimo Banksy confirmou a autoria de sete novos murais que apareceram em Paris nos últimos dias.




Os grafites abordam a crise migratória europeia, em um momento e que a questão é debatida pelos principais líderes políticos do continente. Na quarta-feira passada (20), ‘Dia Mundial do Refugiado’, pedestres notaram no norte da cidade o stencil de uma menina negra pintando um papel de parede rosa em cima de uma suástica.





Em uma outra obra, um rato, marca registrada de Bansky, aparece segurando um cortador de caixas no Centro Pompidou. Os trabalhos foram atribuídos à Banksy pelo site Artistik Rezo, mas logo depois, o artista postou em seu próprio instagram uma foto do stencil com a legenda

‘Cinquenta anos desde a insurreição em Paris 1968. O berço da arte moderna em stencil’.



Em setembro do ano passado, o grafiteiro pintou dois murais em Londres em homenagem ao artista Jean-Michel Basquiat. Especula-se que Banksy seja, na verdade, o vocalista da banda Massive Attack, Robert Del Naja, mas essa informação nunca foi oficialmente confirmada.

Mais fotos dos grafites de Banksy em Paris: 










 Texto: Isabella Purkote  |  Casa Cláudia

 (JA, Jun18)

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Mostra no Masp e Tomie Ohtake retrata fluxos da cultura africana para além da escravidão


Exposição reúne 432 obras de mais de 200 artistas de 14 países diferentes
'O Negro Cipião', 1866-68, de Paul Cézanne ,que estará exposta no Tomie Ohtake


O Masp e o Instituto Tomie Ohtake inauguram, na quinta (28) e no sábado (30), respectivamente, uma exposição dois em um. As duas instituições culturais uniram seus espaços para abrigar 432 obras de 210 artistas de diferentes países.

A mostra faz parte do ciclo do Masp que, neste ano, dedica-se às histórias afro-atlânticas, isto é, trajetórias que ligam a África às Américas. Trata-se da maior mostra da atual gestão do museu, que assumiu em 2014.
Historiadora, antropóloga e curadora das duas instituições, Lilia Schwarcz afirma que a exposição é uma espécie de desdobramento da mostra ‘Histórias Mestiças’, realizada em 2014 no Tomie Ohtake. ‘Ali, trabalhamos com o território brasileiro. Agora, tivemos que tomar uma perspectiva transatlântica’, diz Schwarcz.
Desta forma, a megaexposição congrega obras de artistas brasileiros, latino-americanos, europeus, dos EUA e de países africanos. 
Dos oito núcleos criados para a exposição, seis estão distribuídos em quase todo o espaço do Masp —exceto o segundo andar, dedicado à exposição permanente, e parte do primeiro subsolo, que expõe obras do comodato com  a B3, dona da Bolsa de Valores de São Paulo.
Já o Tomie Ohtake, responsável por dois núcleos, abordará os temas Emancipações e Ativismos e Resistências.
Entre os artistas que terão obras apresentadas estão os americanos Benny Andrews e Emory Douglas. ‘Quisermos dar voz a artistas modernistas americanos negros que muitas vezes ficam ofuscados’, diz o curador Tomás Toledo.

Montagem da Exposição Afro-Atlântica, que ocupa grande parte do Masp


Também americano, Andy Warhol tem serigrafias expostas na mostra. Lilia Schwarcz afirma ele tem um importante papel na exposição, já que é o único do grupo a tratar de questões de gênero, com a imagem de mulheres negras transexuais. 

Segundo a historiadora Lilia Schwarcz, não seria possível mostrar uma cronologia da arte sobre as histórias afro-atlânticas, que reúne obras desde o século 16, sem a presença de artistas brancos.

Além disso, ela afirma que, para dialogar com a história africana, é necessário ter exemplos de artistas que a retrataram e viveram o início da colonização. Na mostra, há 55% de artistas negros. 

‘Ao colocarmos imagens de artistas dos séculos passados próximas de artistas contemporâneos como americanos, jamaicanos e cubanos, isso permite uma releitura dessas imagens para que possamos notar a perversidade delas’, diz a historiadora.


Obra de Janaína Barros que está exposta no Instituto Tomie Ohtake

Um desses exemplos, que está na exposição, é a fotografia do século 19 em que uma ama negra está de cócoras com uma criança branca montada em suas costas. Na expografia, essa imagem está justaposta a uma obra do artista americano Titus Kaphar que, em uma imensa tela, reproduz a figura da escrava e recorta a criança da cena.

Entre as instituições internacionais que emprestaram obras da sua coleção estão o Metropolitan Museum, de Nova York, o J. Paul Getty Museum, de Los Angeles, a National Gallery of Denmark, de Copenhague, o Museu Nacional de Bela Artes de Havana e a National Gallery da Jamaica.

As obras vieram de 14 países para os aeroportos de Viracopos e Guarulhos. O Masp e outros centros culturais vêm enfrentando problemas com a vinda de obras internacionais desde o início do ano. Isso porque os aeroportos brasileiros mudaram a política de cobrança da armazenagem. Antes, cobrava-se uma tarifa calculada com base no peso da carga. Agora, cobra-se pelo valor dela.

Com isso, o Masp, que havia programado pagar R$ 3.000 pela armazenagem das obras, teria de desembolsar R$ 4,5 milhões pela nova regra, como informou a coluna Mônica Bergamo. Para viabilizar a exposição, o museu entrou com um mandado de segurança para garantir a cobrança do valor antigo e reverteu o quadro.

Esta não é a primeira vez que a nova tarifação ameaça o museu. Em maio, obras da Tate Gallery, de Londres, só vieram ao Brasil após um mandado de segurança ser impetrado, impedindo uma cobrança que encareceria em mais de R$ 240 mil a mostra.

Histórias Afro-Atlânticas 
A partir desta qui. (28) para convidados e sex. (29) para o público até 21/10
Masp, av. Paulista, 1.578
Ter. a qua. e sex. a dom., das 10h às 18h, e qui., das 10h às 20h
R$ 35
Tomie Ohtake, av. Faria Lima, 20
Sáb. (30) para convidados das 11h às 15h; aberto ao público em seguida
Ter. a dom., das 11h às 20h
Grátis





 Texto: Isabella Menon   |   FSP



(JA, Jun18)

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Situado em antiga fábrica de Itu (SP), centro cultural inaugura mostra permanente

Exposição inclui obras de artistas como Adriana Varejão, Mestre Didi, Cildo Meireles e Aleijadinho


 Trabalho de Nuno Ramos exposto na Fundação Marcos Amaro, em Itu, interior de SP

‘Aqui temos uma montagem bundalelê’, diz o curador Ricardo Resende sobre a mostra permanente que acaba de ser inaugurada na Fundação Marcos Amaro, em Itu, (100 km de São Paulo), com obras de nomes de peso, como Cildo Meireles, Adriana Varejão, Mestre Didi e Aleijadinho.

Resende conta que aprendeu uma acepção particular do termo com o galerista Ruben Breitman —‘bundalelê’ seria uma mostra que não segue cronologia ou temática.

É o caso da exposição em que o visitante primeiro se depara com a escultura ‘Nossa Senhora das Dores’, passando logo depois pelo painel colorido de Emmanuel Nassar, feito de chapas metálicas de sucata.
Apesar de não seguirem um temática ou cronologia, as obras escolhidas têm em comum o fato de serem tridimensionais. Entre elas, há painéis, esculturas e instalações. 
Ao todo, são 45 peças expostas em três salas da Fundação. Parte delas vem do acervo de Marcos Amaro, criador da instituição, e outras estão expostas por um sistema de comodato com galerias paulistas.
Marcos Amaro criou a entidade que leva seu nome em 2012. Além de colecionador, ele, que é filho do fundador da TAM, Rolim Amaro (1942-2001), é artista e desenvolve seu trabalho predominantemente a partir de peças de origem aeronáutica.
O centro cultural funciona em um espaço de mais de 20 mil m² que abrigava a fábrica têxtil São Pedro, que foi à falência nos anos 1990.
Atualmente, apenas um quinto do espaço é ocupado, diz o curador Ricardo Resende. A ideia é que o local funcione como um polo fomentador e descentralizador de arte. 
‘Queremos servir a outras instituições, ter relações com o Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba e até trocar exposições com esses centros culturais’, diz Resende.

Até recentemente, o centro cultural ocupava um espaço alugado nas instalações, até o conjunto ser adquirido por Amaro, meses atrás.
Nas instalações da antiga fábrica, há ateliês para artistas —mas também há uma academia de ginástica, que já estava ali antes da compra. 
‘Queremos criar um espaço multidisciplinar, não vamos acabar com a academia, mas queremos que se relacione com o centro cultural’, afirma Resende. 
Entre as iniciativas que o espaço já promove estão debates e projetos especiais em espaços públicos, além de editais de apoio a artistas.
A primeira a ser contemplada por um edital da fundação foi Edith Derdyk. Em uma das salas para exposições temporárias, ela expõe a mostra ‘Arranque’, em que resgata a história de seus antepassados judeus durante o Holocausto.
Outra seção da mesma mostra, composta de grandes peças feitas com tecido e carvão, ocupa uma área externa. A grande superfície da antiga fábrica se presta bem à exposição de esculturas —nas áreas verdes, por exemplo, há peças do argentino León Ferrari. 
O espaço tem muitas obras a céu aberto —na entrada, há esculturas de Mestre Didi e do próprio Marcos Amaro. 
Mas o aspecto de antiga estrutura fabril abandonada predomina no local. 
O conjunto da Fábrica São Pedro, tombado como patrimônio, é formado por galpões de tijolos; algumas janelas quebradas denunciam a passagem do tempo.
Devido ao tombamento, não é permitido modificar algumas das estruturas, como a fachada e os pisos. 
Alguns dos galpões, porém, devido ao tempo sem uso, exigem reparos, como restauros nos telhados. Mas a ideia é deixar, por exemplo, as janelas da forma que se encontram hoje.
‘É como se fosse a pele do lugar, que estava deteriorada; agora o estamos ocupando’, diz Resende.



‘O Tridimensional na Coleção Marcos Amaro: Frente, Fundo, em Cima, Embaixo, Lados. Volume, Forma e Cor’
R. Padre Bartolomeu Tadei, 9, Itu (SP). Ter. a sex., das 10h às 17h. Grátis

 





Texto: Isabela Menon   |   FSP



(JA, Jun18)

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Novo prédio da Pinacoteca deve abrir em 2019 e abrigar 3.000 obras contemporâneas


Entre os artistas no acervo do novo espaço, estarão Tunga, Cildo Meireles e Waltercio Caldas

Fachada da Pina Contemporânea 

A região central deve ganhar um terceiro espaço da Pinacoteca até 2019. Além do prédio principal —construção de 1900 rebatizada como Pina Luz— e da Pina Estação, uma escola estadual do outro lado do parque da Luz, desativada em 2015, se tornará a Pina Contemporânea.

Na última quarta-feira (13), foi assinado um termo de cessão de uso do complexo arquitetônico localizado na avenida Tiradentes, 273, a cerca de 50 metros do prédio principal. O espaço, cedido pela Secretaria de Estado da Educação, abrigava o colégio Prudente de Moraes.

O projeto de incorporação do prédio existe desde 2005, afirma José Olympio Pereira, presidente da Apac (Associação Pinacoteca de Arte e Cultura), organização social responsável pela Pinacoteca.

Em 2017, foi divulgado que a previsão de abertura do prédio seria em 2018. Agora, a expectativa é abrir só no início de 2019, segundo Olympio. ‘Esse é o ritmo normal do setor público’, diz o gestor sobre a mudança no cronograma.

Com 6.908 m² de área total e 3.190 m² de área construída, o local deverá abrigar as mais de 3.000 obras de arte contemporâneas do museu, que atualmente ficam guardadas no acervo, e só são expostas em algumas mostras. Entre os artistas do novo espaço, estarão Tunga, Cildo Meirelles e Waltercio Caldas.

Também presidente do banco Credit Suisse no Brasil e colecionador de obras de arte, Olympio afirma que há uma preocupação em integrar os dois prédios dos museus, separados pelo parque da Luz.

Ele, que deixa o cargo em agosto após oito anos na Apac, afirma que, atualmente, a ideia não é fazer nenhuma mudança radical no edifício, mas ativá-lo com o mínimo de investimento possível.

‘O projeto inicial era demolir a escola e construir um museu completamente novo. Isso custaria R$ 100 milhões, o que hoje em dia é inviável. Nosso objetivo agora é fazer mais com menos’.

O colecionador acredita que o investimento inicial necessário para a abertura da Pina Contemporânea seja de R$ 5 milhões. No segundo semestre deste ano, será feito um convite a arquitetos para que apresentem projetos para adaptar o prédio.




 Texto: Isabella Menon   |   FSP



(JA, Jun18)

Cícero Dias ganha retrospectiva com 40 pinturas em galeria de São Paulo

Mostra inclui série de litografias inéditas do artista pernambucano, feitas em Paris nos anos 1970

Obra de Cícero Dias ‘Figuras com Mar ao Fundo, 1960
 A exposição de estreia de Cícero Dias (1907-2003) aconteceu no primeiro congresso de psicanálise realizado no Brasil, em 1928. 
Nas paredes, suas aquarelas, que retratavam cenas do cotidiano do artista pernambucano à época, como o engenho de açúcar. 
Agora, as diferentes fases de sua carreira são contempladas em uma retrospectiva com 40 quadros, na unidade paulista da Simões de Assis Galeria, com sede em Curitiba.
Menor do que a mostra apresentada pelo Centro Cultural Banco do Brasil em 2017, com 125 obras,  a atual exposição conta com parte de uma série inédita de litografias produzidas em Paris, onde ele passou parte da vida e onde morreu, em 2003. 
A série inédita, denominada ‘Suíte Pernambucana’, foi produzida em 1983 a pedido da extinta Galeria Belechasse, de Paris, e apresentada na França e no Brasil em 1986.
‘Ele nunca se limitou a seguir uma só escola. Mesmo tendo participado de um grupo de modernistas na França, não seguia nenhuma doutrina’, diz o galerista Waldir Simões de Assis, referindo-se ao período em que o artista morou na capital francesa com Di Cavalcanti (1897-1976), no final dos anos 1930.
Mesmo tendo vivido em outros países, Dias ‘jamais abandonou o Pernambuco dele’, diz o galerista, que enfatiza a sensualidade e a fluidez como marcas do trabalho do artista.
Sensualidade essa que foi censurada na obra ‘Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife’, um painel de 2 m X 15 m que teve uma parte cortada antes da primeira exposição, em 1931, por retratar erotismo e nudez.
Para o galerista, Dias criou um estilo de pintura desorganizada em composição, mas que se revelou ao grupo de modernistas da geração do anos 1920 como o novo valor da arte brasileira. 
Na mostra, as diferentes fases e vertentes do artista são expostas, desde a figuração e os períodos geométrico e abstrato até o seu retorno à figuração na década de 1960.
Depois de um período na capital francesa, o artista foi a Lisboa, nos anos 1940. Nessa época, sua obra começou a se distanciar da figuração, e passou a dialogar com os trabalhos do seu colega de profissão Pablo Picasso (1881-1973).
Com influências e contato com tantos artistas da época, o trabalho do pernambucano foi constantemente comparado ao do surrealista bielorusso Marc Chagal (1887-1985), relembra o galerista. Entretanto, esse paralelo não agradava Dias. 
‘Ele costumava dizer que só foi apresentado ao trabalho de Chagal por Mário de Andrade, que lhe mostrou duas gravuras do bielorusso, depois de ter conhecido a sua obra’, diz Simões que acredita que a coincidência, talvez, se tratasse de um ‘inconsciente coletivo’.
Cícero Dias
Simões de Assis Galeria, rua Sarandi, 113, Jardim América
De seg. a sex., das 10h às 19h
Até 11/8
Grátis


Texto: Isabel Menon   |   FSP



(JA, Jun18)  

sexta-feira, 15 de junho de 2018

A comunidade global que compartilha cenas de cidades em desenhos

Nada de fotografia. Artistas, desenhistas ou ‘croquizeiros’ registram paisagens urbanas em registros instantâneos e expõem na internet


Vista do Arpoador no Rio de Janeiro, por Eliane Lopes

Regra número 1: nós desenhamos no local, em ambiente interno ou externo, capturando o que vemos por observação direta. Regra número 2: nossos desenhos contam histórias do nosso entorno, dos lugares em que vivemos e por onde viajamos. Regra número 3: nossos desenhos são um registro do tempo e do lugar.
Outras regras falam sobre como os desenhos devem ser fiéis à cena, como seus membros se ajudam e desenham juntos, ou ainda como todo desenho deve ser publicado on-line. ‘Nós mostramos o mundo, um desenho por vez’ fecha a lista.
Essas são algumas das condições para se fazer parte da comunidade internacional de urban sketchers, artistas por formação ou autodidatas que retratam cenas ao vivo do mundo à sua volta por meio de desenhos rápidos ou croquis.
O grupo nasceu em 2007 pelas mãos do jornalista espanhol Gabriel Campanario, conhecido por ilustrar todo texto seu publicado no jornal americano The Seattle Times com um desenho. 
Na época, Campanario criou um fórum e, posteriormente, um blog para outras pessoas compartilharem os desenhos feitos sobre suas cidades, mas apenas cenas captadas in loco. Nada de fotos ou paisagens buscadas na memória. 
O objetivo, resumido na ‘missão’ do grupo, é enaltecer os valores ‘artístico, narrativo e educativo do desenho local’. Em 2010, em entrevista ao jornal El País, Campanario falou sobre seu trabalho e, de alguma forma, sobre o que o fez criar o Urban Sketchers:

‘Antigamente os desenhistas iam cobrir acontecimentos (...) Eu tento recuperar essa tradição. Vivemos rodeados de tantas máquinas que nos esquecemos do valor que tem o registro rápido, que é uma visão pessoal que chega e é interessante e única’. 

Pelo mundo
De acordo com o site, há mais de 3,4 mil desenhistas registrados na plataforma. São pessoas de diversos lugares do mundo que se reúnem uma vez ao ano em uma cidade para desenharem juntos. 
O próximo encontro, que deve acontecer em meados de julho, será na cidade de Porto, em Portugal. O Brasil já recebeu uma dessas reuniões em 2014, na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro. 

Por aqui, os urban sketchers – ou ‘croquizeiros urbanos’ – se organizam em mais de uma dezena de regionais, entre elas estão as de Florianópolis, Aracaju, Goiânia, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. 

Sobre a capital carioca, a antropóloga Karina Kuschnir falou em uma publicação recente no blog dos Instituto Moreira Salles sobre a sua tentativa de se tornar uma urban sketcher local. Tentativa frustrada pela sua desilusão com a cidade. 

Ela criticou desenhos feitos por urban sketchers de uma ‘cidade idealizada’, pouco fiéis à sua realidade. Nesse sentido, indicou trabalhos ‘de enfoque jornalístico-antropológico-documental’ como o que retrata os efeitos de um terremoto na pequena ilha italiana de Ísquia, outro que mostra os estragos causados pelo Furacão Maria em Porto Rico, ou ainda o que retrata um ritual religioso em Singapura.

Os desenhos produzidos por urban sketchers podem ser encontrados no site oficial, nos blogs regionais e nas respectivas páginas em redes sociais como Facebook e Instagram.

Abaixo, alguns exemplos produzidos por urban sketchers brasileiros:

Prédio em Aracaju (SE), feito por Agripino Costa Neto



Praça de Joinville, retratada por Simon Taylor

Vista para o Solar do Unhão, em Salvador; por Domingos Linheiro



Esquina na cidade de São Carlos (SP), por Flávio Ricardo





Croqui da Avenida Paulista, na capital paulista; por Yorik van Havre









Texto: Murilo Roncolato    |   =Nexo

(JA, Jun18)