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terça-feira, 26 de março de 2019

Artesanato português contemporâneo ganha exposição em São Paulo



Artesanato português contemporâneo é destaque em exposição em São Paulo


O artesanato português é reconhecido internacionalmente por sua tradição e qualidade, mas carrega muitas vezes o estigma de ser antiquado e pouco atraente para as novas gerações.

Uma exposição em São Paulo, no entanto, quer desfazer esta imagem, apresentando trabalhos modernos e criativos elaborados atualmente por artesãos lusitanos.
A mostra ‘Portugal Manual: o artesanato em transformação’, fica em cartaz entre os dias 23 e 27 de março no Consulado de Portugal na capital, e depois segue para o shopping Morumbi, onde permanece entre os dias 28 de março e 7 de abril.

Na exposição, é possível conhecer mais de 25 marcas que atualizam as tradicionais artes portuguesas, com elementos que vão desde a cortiça e a madeira, até ouro e cerâmica.

‘É difícil escolher um trabalho favorito, são todos muito especiais’ diz a curadora da exposição, Filipa Belo, portuguesa radicada em Brasília.

‘O novo artesão [português] está mais virado para o design. Há ofícios que estão a ficar obsoletos, mas eles fazem encontros dessas antigas técnicas com o moderno design do produto’, completa.

Entre as peças apresentadas, há desde móveis até roupas.
As peças da Sugo revisitam um dos materiais portugueses mais conhecidos dos brasileiros, a cortiça.

Artesãos da Sugo unem cortiça com técnicas de tecelagem em peças inovadoras


Uma das marcas mais surpreendentes é A Capucha, que deu uma pegada fashion às tradicionais capas lusitanas.


A Capucha: marca dá toque fashion à capa tradicional portuguesa


Segundo a curadora, a seleção de peças privilegia artistas que voltaram às raízes e ousaram apostar numa produção artesanal de qualidade, recuperando materiais tradicionais para criarem peças contemporâneas e desenvolvendo uma produção em pequena escala mas com recurso a tecnologias contemporâneas, numa perspectiva empreendedora que promove um consumo sustentável.


Serviço
“Portugal Manual: o artesanato em transformação”
De 28 de março a 7 de abril
Morumbi Shopping, Casa Manual, no piso térreo
Av. Roque Petroni Júnior, 1089
Grátis






Fonte: Giuliana Miranda   |   FSP



(JA, Mar19)


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Exposição lusitana resgata fuga da família real para o Brasil

Em cartaz em Lisboa, mostra reúne obras que retratam o clima da partida

A transferência da família real portuguesa para o Brasil, fugindo do cerco das tropas de Napoleão, deixou marcas em ambos os lados do Atlântico. Uma exposição em Portugal explora os impactos que essa mudança teve para os dois países.

                 Visitantes da exposição ‘A Partida da Família Real’, no Museu dos Coches, em Lisboa

A partir de uma pintura de Nicolau Delerive que representa o embarque dos nobres em Belém, em 29 de novembro de 1807, a mostra 'A Partida da Família Real' apresenta a jornada que transferiu pela primeira vez a capital de um Estado europeu para fora dos limites continentais.
Embora a estratégia de mudar a Corte para além-mar tivesse sido criada muito antes, sua execução abalou profundamente Portugal.
Até aquele momento, nenhum monarca europeu tinha nem sequer posto os pés em uma de suas colônias. Mudar-se com a família e a Corte para uma delas, então, era definitivamente algo fora do imaginário da época.
Antes de Partir
Em cartaz no Museu dos Coches, no bairro de Belém —não muito distante de onde o embarque aconteceu—, a exposição traz uma série de obras e documentos que retratam o clima que antecedeu a partida da nobreza.
‘Foram cerca de 15 mil pessoas em vários navios. Levaram a biblioteca, carruagens, coches, cadeirinhas... Uma confusão’, explica Silvana Bessone, diretora do museu e comissária da exposição.
‘Diz-se muito que foi uma fuga, mas foi um ato planejado e estratégico’, comenta Bessone.
São mais de 80 obras provenientes de várias instituições portuguesas, como o Museu da Marinha, Museu Nacional de Etnologia, os Palácios Nacionais de Queluz e da Ajuda, o Museu de Lisboa e a Biblioteca Nacional de Portugal, entre outros.
Além de quadros retratando a viagem, há documentos históricos raros, como as cartas que sinalizaram o percurso e a direção que os barcos fizerem na travessia entre Portugal e Brasil.
Um dos destaques é uma réplica em miniatura da nau em que viajou dom João 6º: o imponente Príncipe Real.
Choque
A exposição destaca ainda como foi a estadia da família real no Rio de Janeiro, entre 1808 e 1821. O choque cultural e o desenvolvimento econômico e político da ex-colônia, então promovida a Reino Unido, marca muitas das obras expostas.
Da incorporação de figuras indígenas em itens improváveis, como um requintado saleiro de prata, até correspondências que demonstravam a irritação da rainha Carlota Joaquina com o clima tropical, tem-se uma boa representação do ritmo acelerado das mudanças.
Além das imagens retratando como eram as casas e a indumentária da época, é possível ver a espada original usada por dom João 6, que traz o nome do rei gravado na lâmina de metal
               Memória sobre as minas da capitania de Minas Gerais, em 1801, documento exposto na mostra portuguesa

A exposição também retrata o retorno da família real a Portugal. Além de um quadro que apresenta a população do Rio de Janeiro se despedindo do rei e da rainha, a mostra apresenta a carta requisitando a volta da nobreza à metrópole.
A antecâmara da exposição tem ainda fotografias do artista brasileiro Rafael d'Alò, que fazem uma representação hiper-realista do ambiente tropical.
Para completar a ambientação da época, a trilha sonora conta com músicas da soprano brasileira Luisa Sawaya, que interpreta canções típicas do século 19.
A mostra ‘A Partida da Família Real’ fica em cartaz até 3 de junho de 2018 e pode ser visitada de terça a domingo

Texto: Giuliana Miranda, Lisboa   |   FSP


(JA, Fev18)