A Pinacoteca
de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, abre dia
03 de março ‘Hilma af Klint: mundos possíveis’, sua primeira exposição do
calendário de 2018 e um dos grandes destaques do ano. Com patrocínio de Banco
Bradesco e Ultra, chega pela primeira vez na América Latina
Uma mostra
individual da pintora sueca Hilma af Klint (1862-1944), cujo trabalho vem sendo
reconhecido como pioneiro no campo da arte abstrata e que passou despercebido
durante grande parte do século XX.
Hilma af Klint
frequentou a Real Academia de Belas Artes, principal centro de educação
artística da capital sueca, mas logo se distanciou do seu treino acadêmico para
pintar mundos invisíveis, influenciada por movimentos espirituais como a
Rosa-cruz, a Teosofia e, mais tarde, a Antroposofia. Ela integrou o ‘As cinco’,
grupo artístico composto por artistas mulheres que acreditavam ser conduzidas
por espíritos elevados que desejavam se comunicar por meio de imagens e já
experimentavam desde o final do século 19 a escrita e o desenho automático,
antecipando as estratégias surrealistas em mais de 30 anos.
A exposição
inclui 130 obras. Destaque para a série intitulada ‘As dez maiores’, realizada
em 1907 e considerada hoje uma das primeiras e maiores obras de arte abstrata
no mundo ocidental, já que antecede as composições não figurativas de artistas
contemporâneos a Hilma af Klint como Kandinsky, Mondrian e Malevich. Além deste
conjunto, a exposição em São Paulo contará com algumas séries de obras que
nunca foram apresentadas ao público.
A mostra da
Pinacoteca tem curadoria de Jochen Volz, diretor geral da instituição, em
parceria com Daniel Birnbaum, diretor do Moderna Museet, e é uma colaboração
com a Hilma af Klint Foundation. ‘O trabalho de Hilma af Klint dialoga de certa
forma com o sincretismo e a pluralidade de cosmovisões tão presente na cultura
do Brasil. A serialidade encontrada em sua obra também aparece na arte
brasileira, em especial no concretismo e neoconcretismo’, explica Volz.
O trabalho de Hilma
af Klint foi exposto pela primeira vez em 1986 na mostra ‘The Spiritual in Art:
Abstract Paintings 1890–1985’, realizada no Los Angeles County Museum of Art.
Mas apenas a grande retrospectiva organizada pelo Moderna Museet de Estocolmo
em 2013 e, consequentemente, a sua itinerância pela Alemanha, Espanha,
Dinamarca, Noruega e Estônia permitiu que o trabalho de Hilma af Klint fosse
reconhecido internacionalmente pelo grande público. Desde então, suas obras
participam de exposições realizadas na Europa e Estados Unidos.
A Pinacoteca prepara
um catálogo bilíngue (português-inglês) que reunirá três textos inéditos
escritos pelos autores Jochen Volz, Daniela Castro, curadora independente, e
Daniel Birnbaum. O livro trará ainda reproduções das obras expostas e uma
cronologia escrita por Luciana Ventre, pesquisadora brasileira que lança nos
próximos meses uma biografia de Hilma af Klint.
‘Hilma af
Klint: Mundos Possíveis’ permanece em cartaz até 16 de julho de 2018, no
primeiro andar da Pina Luz – Praça da Luz, 02. A visitação é aberta de quarta a
segunda-feira, das 10h00 às 17h30 – com permanência até às 18h00 – os ingressos
custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia). Crianças com menos de 10 anos e adultos
com mais de 60 não pagam. Aos sábados, a entrada é gratuita para todos os
visitantes. A Pina Luz fica próxima à estação Luz da CPTM.
A exposição
tem patrocínio do Banco Bradesco e do Ultra e conta com o apoio da Embaixada da
Suécia no Brasil e da Câmara de Comércio Sueco-Brasileira.
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Texto: Evento Central
(JA, Fev18)
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