Plataforma Google Arts and Culture reúne obras de 51 museus, 15
dos quais são brasileiros
Google lança uma
coleção de arte contemporânea totalmente digitalizada, disponível para
internautas de todo o mundo, e que reúne obras de 51 museus de 25 países.
A página está
disponível no Google Arts and Culture, plataforma de arte e cultura criada em
2011. Nela, é possível ter acesso a cerca de 6 milhões de fotos e vídeos de
quadros, esculturas, instalações e documentos históricos de forma gratuita.
É a primeira
vez que o Google lança uma página dedicada exclusivamente à arte contemporânea
dentro do serviço. O objetivo, segundo Alessandro Germano, diretor de parcerias
estratégicas da empresa, é tornar esse tipo de arte mais acessível.
‘Nós estamos
sempre abertos a todas as formas artísticas’, diz. ‘O Google disponibiliza a
plataforma, e os centros culturais, a curadoria’.
Câmeras e
outros equipamentos necessários para a digitalização dos acervos são oferecidos
pela gigante de tecnologia, embora os museus tenham autonomia para decidir o
conteúdo que querem disponibilizar no Arts and Culture.
Na coleção de
arte contemporânea, os internautas têm à disposição recursos como imagens,
vídeos, vídeos em 360º, artigos e experiências em realidade virtual e no Street
View —função em que se ‘caminha’ pelos corredores dos museus.
Muitas das
obras foram captadas por meio da Art Camera, uma câmera fotográfica
desenvolvida pelo Google que é capaz de registrar até os mínimos detalhes de
uma tela —de pinceladas a rachaduras.
Mas Germano
deixa claro que a experiência não substitui a visita aos acervos: a plataforma
serve, na verdade, como um atrativo.
‘O grande
benefício é o de chamar pessoas para os museus’, define Germano.
Ele cita a
possibilidade de observar as obras com mais calma e de forma mais aprofundada
como alguns dos benefícios do Arts and Culture.
ACESSIBILIDADE
A educação,
porém, é o objetivo central da ferramenta.
De acordo com
Germano, a ideia por trás da plataforma é justamente descentralizar o acesso à
cultura, permitindo que as pessoas conheçam obras e documentos históricos de
diversas partes do mundo mesmo estando a quilômetros de distância dos grandes
centros culturais.
‘A arte está
tão em evidência hoje em dia e, ao mesmo tempo é tão combatida e centralizada,
que essa plataforma acaba se mostrando útil’.
Ele diz ainda
acreditar que a nova coleção serve como instrumento de desmistificação para a
arte.
‘As pessoas
têm aquela ideia errada de 'isso [ir a museus de arte contemporânea] não é para
mim', explica.
Conhecer as
coleções pela internet, segundo ele, incentiva as pessoas a visitá-las, pois
mostra que o ambiente dos museus não é hostil.
BRASIL
Dos 51
parceiros que disponibilizaram seus acervos na coleção de arte contemporânea,
15 são brasileiros.
O Museu
Nacional de Belas Artes, no Rio, e o de Museu Arte Moderna de São Paulo estão
entre eles, bem como as quatro unidades do Centro Cultural Banco do Brasil.
Entre as
mostras disponibilizadas pelo CCBB São Paulo está a instalação ‘Nemo
Observatorium’, do belga Lawrence Malstaf, que esteve em cartaz na edição de
2017 do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica.
Um vídeo em
360º dá ao internauta a chance de se sentir dentro da obra, reproduzindo a
experiência de quem viu a instalação ao vivo.
Na obra de
Malstaf, partículas de isopor flutuavam em volta do visitante, que ficava
sentado no centro de um grande cilindro de vidro.
O grande
destaque da nova coleção, porém, é o Instituto Tomie Ohtake, que selecionou 50
quadros da artista plástica para serem digitalizados pela primeira vez.
Como o centro
cultural não tem acervo fixo, as obras vieram de coleções privadas e da própria
família da artista. Algumas delas nunca foram exibidas ao público.
‘São obras que
as pessoas não poderão ver de outra forma. A ideia é que se tenha acesso a elas
através dessa plataforma do Google’, diz Ivan Lourenço, diretor de negócios do
instituto.
Duas
exposições temporárias do Tomie Ohtake também foram digitalizadas e ganharam
sobrevida: ‘Os Muitos e Um’ e ‘Osso’. Elas podem ser vistas no link
artsandculture.google.com/project/contemporary-art.
Texto: Leonardo Sanchez | FSP
Imagem:
‘Nemo Observatorium’, do artista belga Lawrence Malstaf
(JA,
Mar18)
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