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sábado, 8 de dezembro de 2018

Trabalho de artista: imagem e autoimagem (1826-1929)

 Exposição Pinacoteca de São Paulo
  
‘Longe do Lar’, 1884, de Benedito Calixto (1853-1927)

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, apresenta, de 8 de dezembro de 2018 até 25 de fevereiro de 2019, a exposição ‘Trabalho de artista: imagem e autoimagem (1826-1929)’, que ocupa quatro salas do 1º andar da Pina Luz. Com concepção curatorial de Fernanda Pitta, da Pinacoteca de São Paulo, e co-curadoria de Ana Cavalcanti (UFRJ) e de Laura Abreu (MNBA), a exposição apresenta um conjunto com cerca de 120 obras – pinturas, esculturas, gravuras e desenhos. São 33 autores, mulheres e homens, que representaram seu trabalho e suas figuras  de artista, entre o século 19 e início do século 20, período em que se constitui o sistema artístico moderno no Brasil. A exposição foi realizada em parceria com o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

‘O importuno’, 1898, de Almeida Júnior (1850-1899) 


A exposição, patrocinada pelo Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, foi organizada em torno de quatro eixos: Criação e ofício, O ateliê como motivo, A persona do artista (retratos e autorretratos) e O artista e a modelo. O conjunto traz obras que, mais do que o simples exercício da representação de retratos e autorretratos ou de cenas pitorescas de ateliê, representam o esforço de gerações de artistas para apresentar ao público sua imagem e seu trabalho, sua persona e seu universo de criação, legitimando sua presença na cultura  brasileira. Obras como ‘Longe do Lar’ (1884), de Benedito Calixto, e ‘O importuno’ (1898), de Almeida Júnior, ambas pertencentes à coleção da Pinacoteca, são testemunhos da autoconsciência dos artistas em construir uma imagem pública de si e de seu ofício.
Integram também  obras provenientes de 25 coleções privadas e públicas, incluindo o Museu D. João VI (Rio de Janeiro), Museu de Arte de Belém e o Museu de Arte de São Paulo. Além delas, a mostra apresenta ainda fotografias de ateliês, revistas ilustradas com reportagens sobre a vida de pintores e escultores brasileiros, álbuns de artistas, e os primeiros livros dedicados à história da arte e dos artistas no Brasil, como Belas Artes: estudos e apreciações (1885), de Felix Ferreira, A arte brasileira: pintura e escultura (1888), de Gonzaga Duque, e a primeira edição da biografia de Antonio Parreiras, História de um pintor contadas por ele mesmo (1881-1926), de 1926.
O conjunto propõe demonstrar que a estratégia, usada pelos artistas da época, de construir uma imagem de si mesmos e de seu trabalho significava elevar seu próprio status na sociedade brasileira, tradicionalmente marcada pela desvalorização de todos os ofícios ligados ao artesanato e ao esforço manual. Evidencia também as exigências contraditórias de uma formação artística oferecida pelo sistema acadêmico, dirigida para a pintura de história ou para o monumento público, que ao mesmo tempo requisitava ao artista que se afirmasse como profissional “em exposição”, que deveria construir sua imagem e reputação para concorrer num mercado pouco a pouco em expansão.

Artistas Participantes
Abigail de Andrade, Amadeu Zani, Antônio Parreiras, Arthur Timótheo da Costa, Beatriz Pompeu de Camargo, Benedito Calixto, Benjamin Parlagreco, Carlos Chambelland, Carlos De Servi, Dario Villares Barbosa, Edgard Parreiras, Eliseu Visconti, Eugênio Latour, Gaston Gérard, Georgina de Albuquerque, Giuseppe Leone Righini, Henrique Bernardelli, José Ferraz de Almeida Júnior, Lucilio de Albuquerque, Marques Campão, Modesto Brocos, Nicolas Antoine Taunay, Numa Camille Ayrinhac, Oscar Pereira da Silva, Pedro Américo, Pedro Peres, Pedro Weingartner, Rafael Frederico, Regina Veiga, Rodolfo Amoedo, Rodolpho Bernardelli, Theodoro Braga e Theodoro de Bona.

Serviço

Trabalho de artista: imagem e autoimagem (1826-1929)
Curadoria de Fernanda Pitta (Pinacoteca), Ana Cavalcanti (Escola de Belas Artes, UFRJ) e Laura Abreu (Museu Nacional de Belas Artes), assistência de curadoria de Khadyg Fares
Abertura: 8 de dezembro de 2018, sábado, às 11h
Visitação: de 8 de dezembro de 2018 até 25 de fevereiro de 2019
De quarta a segunda, das 10h às 17h30 – com permanência até as 18h
Pinacoteca: Praça da Luz 2, São Paulo, SP
Ingressos: R$ 6,00 (entrada); R$ 3,00 (meia-entrada para estudantes com carteirinha)
Menores de 10 anos e maiores de 60 são isentos de pagamento.*
Aos sábados, a entrada da Pina é gratuita para todos.
A Pina Estação é gratuita todos os dias.
Amigo da Pina tem acesso ilimitado, além de desconto na loja e no café. Também pode participar de visitas guiadas e outros eventos com a equipe da Pinacoteca. Para saber mais sobre o programa, acesse:  http://pinacoteca.org.br/apoie/amigos-da-pina/

* A partir do dia 2 de janeiro de 2019, o ingresso passará a custar R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada)


(JA, Dez18)

sábado, 10 de março de 2018

Museu de Arte de São Paulo

Museu de Arte de São Paulo, foto de 1969

O Museu de Arte de São Paulo é um museu privado sem fins lucrativos, fundado em 1947 pelo empresário e mecenas Assis Chateaubriand (1892-1968), tornando-se o primeiro museu moderno no país.
Chateaubriand convidou o crítico e marchand italiano Pietro Maria Bardi (1900-1999) para dirigir o MASP, e Lina Bo Bardi (1914-1992) para desenvolver o projeto arquitetônico e expográfico.

Mais importante acervo de arte europeia do Hemisfério Sul, hoje a coleção do MASP reúne mais de 10 mil obras, incluindo pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos, abrangendo a produção europeia, africana, asiática e das Américas.

Primeiramente instalado na rua 7 de Abril, no centro da cidade, em 1968 o museu foi transferido para a atual sede na avenida Paulista, icônico projeto de Lina Bo Bardi, que se tornou um marco na história da arquitetura do século 20. Com base no uso do vidro e do concreto, Lina Bo Bardi concilia em sua arquitetura as superfícies ásperas e sem acabamentos com leveza, transparência e suspensão. A esplanada sob o edifício, conhecida como ‘vão livre’, foi pensada como uma praça para uso da população.


Belvedere Trianon
Belvedere Trianon, foto de 1930



O charmoso mirante, com salões e restaurante, existiu por 37 anos no local onde hoje é o MASP. O Belvedere Trianon era um mirante, com terraços panorâmicos que proporcionavam a vista para todo o vale, para a avenida e para os jardins do Parque Trianon. O local também era conhecido como Miradouro da Avenida ou apenas o Belvedere da Avenida (…). O escritório de arquitetura de Ramos de Azevedo, um dos mais conceituados na época, assinou a obra.

Além dos terraços, também faziam parte do belvedere salões para festas e convenções, com serviços de restaurante e confeitaria. A inauguração foi realizada com pompa em 12 de junho de 1916:

‘Na festa, o sr. dr. Washington Luís, prefeito da cidade, recebeu os convidados, à entrada do Miradouro, no luxuoso restaurante e nos salões’.  OESP

(JA,  Mar18)






segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

‘Amar e Viver São Paulo’

No aniversário da cidade, Nilda Luz abre exposição no Pateo do Collegio


Paulistana apaixonada pela cidade onde nasceu, palco de toda a sua existência, Nilda Luz presta homenagem a São Paulo com a exposição individual Amar e Viver São Paulo, aberta para visitação a partir de 25 de Janeiro.
A exposição acontece no Pateo do Collegio. Uma escolha de local significativa: ali nasceu a cidade, há 464 anos, em 25 de janeiro de 1554.
Sendo a data de aniversário de São Paulo sempre um convite para a redescoberta da cidade, a exposição de Nilda Luz torna-se ainda mais relevante. As três dezenas de pinturas da artista apresentadas em Amar e Viver São Paulo oferecem ao espectador a peculiar visão da artista para diversos recortes da cidade
Flagrantes da cidade – Para Nilda Luz, a exposição é, acima de tudo, expressão de seu amor pela cidade. Seu objetivo, afirma, é “despertar a cidadania e o amor por São Paulo”.
Amar e Viver São Paulo reúne 30 obras, cobrindo um arco de tempo de 1984 a 2018. São pinturas de figurativo espontâneo, não acadêmicas, que mesclam um pouco do abstrato com linhas modernas – essa a marca estilística da artista.
A maior parte das obras são pinturas em acrílica, sobre telas de médias e grandes dimensões. Há ainda cinco painéis com pintura sobre tecido (de 250 cm x 180 cm) e dois grandes painéis com pintura sobre lona de caminhão (400 cm x 300 cm) – estes de produção recentíssima, finalizados agora nos primeiros dias deste ano.
Em todas as obras Nilda Luz capta flagrantes da cidade. A artista retrata pontos históricos de São Paulo – da Estação da Luz ao Largo de São Bento, da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco ao Palacete Guanabara na Avenida São João. Retrata também cenas da modernidade da metrópole, dos edifícios grandiosos ao Complexo Viário Água Espraiada.
Em duas telas com o título “Casa da Artista”, Nilda Luz deixa de lado a São Paulo dos cartões postais para registrar a singela e bucólica paisagem florida e arborizada que avista das janelas de sua casa-ateliê, no bairro Jardim São Bento.
Completa a exposição a sugestiva série 'Retrospectiva 1984 – Releitura 2004'. Nela, quatro pequenas pinturas em óleo sobre tela aparecem incrustadas em painéis de madeira e então se expandem – as pinturas originais ganham continuidade através de pintura em acrílica sobre a madeira.
Entusiasmada e curiosa – Palavras da artista Nilda Luz sobre seu trabalho:
‘Sou uma artista entusiasmada e curiosa, que procura ver a beleza das coisas e se propõe a registrar aquilo que vê e sente, razão pela qual o tema urbano é o foco principal de meu trabalho. Mas, antes de tudo, sou uma cidadã paulistana apaixonada pela cidade onde nasci e vivenciei minha própria história. 'Amar e Viver São Paulo' convida a olhar a cidade mais atentamente… Ver a imensa riqueza arquitetônica que se esconde em seus antigos edifícios, em seus monumentos, praças e jardins públicos e nas novas e arrojadas construções que surgem a cada dia e aumentam ainda mais a grandiosidade desta cidade’.
Representante da alma paulistana – Trecho de ‘Nilda Luz e a arte do amor à vida’, texto do curador Carlos Zibel:
“A mostra de Nilda Luz nos oferece a rara oportunidade de avaliar a trajetória de uma artista madura, segura de sua arte e portadora de qualidade pictórica insofismável. A exposição comporta-se um pouco como retrospectiva de suas últimas investigações pictóricas. Colocam-se na sequência de pelo menos duas fases anteriores onde sua técnica adquire linguagem definitivamente própria e surge, em momentos distintos, tanto uma tendência à abstração quanto à afirmação privilegiada da temática histórica, de raiz. (…) A aproximação recorrente aos temas históricos com a calorosa acolhida que tem recebido desde os anos 1980 consagram Nilda Luz como uma artista representante emérita das paisagens e da alma paulistana. (…) [Em seu trabalho] afloram pinceladas rápidas em emplastos generosos de tinta carregados de emoção e sensualidade sem prejuízo, entretanto, do valor estético e do equilíbrio no conjunto pictórico, marcas presentes nas elegantes telas da artista e um dos excelentes atributos advindos de sua formação em arte clássica e modernista.”
A artista – Nilda Luz, nascida em São Paulo, 82 anos completados agora em 6 de Janeiro de 2018, é artista plástica com estudos e formação pela Academia Paulista de Belas Artes, pelo Liceu de Artes e Ofícios e pelo Museu de Arte de São Paulo. É também historiadora, escritora e pesquisadora da cultura gastronômica.
Desde 1979, participou de mais de cinquenta Salões Oficiais de Arte, obtendo inúmeros prêmios – destacando-se os do 42º e do 46º Salão Paulista de Belas Artes, organizados pelo Governo do Estado de São Paulo. Teve trabalhos seus apresentados em diversas exposições coletivas e realizou várias mostras individuais – entre elas ‘Olhar São Paulo’, ‘São Paulo no Planalto’ e ‘Retrospectiva 40 anos de Pintura’.
Entre suas obras adquiridas por colecionadores particulares e entidades públicas e privadas estão 6a coleção ‘Via Sacra’, série de quinze telas expostas na igreja da Consolata no Jardim São Bento, a obra ‘É Madrugada em São Paulo’ exposta na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e ainda a tela ‘Fundação da Cidade’, exposta na Cripta do Museu Anchieta como acervo permanente do Pateo do Collegio, em São Paulo.
Como escritora-pesquisadora lançou os livros ‘Volta ao Mundo da Gastronomia na cidade de São Paulo’, ‘Brasil – Turismo Gastronômico’, ‘Brasil, campeão de copa e cozinha’ e ‘Viver é Fácil’.
SERVIÇO
O Pateo do Collegio fica na Praça Pateo do Collegio nº 2, Centro – Estação Sé do Metrô –, tel.: (11) 3105-6899.
A mostra Amar e Viver São Paulo, de Nilda Luz, acontece na Cripta do Pateo do Collegio, área de exposições do Museu Anchieta. Duas das obras – os painéis pintados sobre lona de caminhão – não estarão na Cripta, mas no átrio coberto do jardim.
A mostra tem abertura em 23 de Janeiro de 2018, das 18 às 21 horas.
E estará aberta a visitação a partir de quinta-feira, 25 de Janeiro, até 3 de Agosto – de terça-feira a domingo, das 9 às 16h30.
Ingressos: R$ 8,00. Maiores de 60 anos e aposentados pagam R$ 2,00. A entrada é gratuita para menores de 7 anos e para pessoas com deficiência.
A exposição Amar e Viver São Paulo tem apoio institucional de Pateo do Collegio, Associação Viva o Centro, CNTur-Confederação Nacional do Turismo, e Abresi-Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo.

Imagem:  Artista plástica Nilda Luz. Foto de José Reis

(JA, Jan18)