terça-feira, 29 de maio de 2018

Thomas Eakins, pintor realista estadunidense



The Gross Clinic, 1875
Um dos pintores realistas estadunidenses mais importantes do século 19. Trabalhou à margem dos estilos europeus contemporâneos, convertendo-se no primeiro artista importante depois da Guerra Civil estadunidense (1861-1865), ao realizar uma obra profunda e cheia de força, extraída diretamente da experiência de vida em seu país. 

Nasceu na Filadélfia, em 25 de julho de 1844, e estudou na Academia de Belas Artes da Pensilvânia, de 1861 a 1866. Ao mesmo tempo estudava anatomia na Escola de Medicina Jefferson, o que o levou a sentir uma grande interesse, durante toda a sua vida, pelo realismo científico.  

Eakins viveu três anos em Paris, de 1866 a 1869, onde estudou na Escola de Belas artes. Recebeu grande influência das obras dos mestres do século 17, em particular de Rembrandt, José de Ribera e Diego Velázquez, que o impressionaram pelo seu realismo e penetração psicológica. Em 1870, regressou à Filadélfia onde haveria de passar o resto de sua vida. Os quadros de Eakins mostram cenas e pessoas cotidianas da Filadélfia, sobretudo de sua vida familiar e da de seus amigos. 

Colocou em prática suas inclinações científicas em obras com barcos a vela, remeiros e temas de casa, nos quais demonstrava a anatomia do corpo humano em movimento. Pintou vários quadros com cenas que transcorriam em hospitais, de grande tamanho e força expressiva, entre os quais se destaca o ‘A Clinica Gross’, 1875 (Escola de Medicina Jefferson, Filadélfia), em que combina um detalhado realismo (o tema é uma operação cirúrgica), com uma agudeza psicológica no retrato do cirurgião, o Dr. Gross. 

Como diretor da Academia de Belas Artes de Pensilvânia, introduziu a inovadora assinatura de anatomia e dissecação, assim como a perspectiva científica, a qual revolucionou o meio artístico nos Estados Unidos. Sem dúvida, sua insistência em fazer estudos de nus escandalizou as autoridades e a Academia que o obrigaram a renunciar seu cargo em 1886.

               
Durante a sua última época de sua carreira artística o interesse científico de Eakins foi substituído pelo estudo da psicologia e da personalidade, dedicando-se a retratar amigos, cientistas, músicos, artistas e clérigos.  Além de sua magistral habilidade para registrar a personalidade, estes retratos  se caracterizam por um realismo absoluto e por um sentido escultórico da forma que se evidencia numa significativa quantidade de cabeças, corpos e mãos dos retratados. Um bom exemplo de seus retratos de corpo inteiro é ‘A Canção Patética’, que mostra a figura de uma cantora que está em pé, com uma rica túnica de seda, recortada contra a tênue luz do quarto de música.
Sem dúvida nenhuma, suas obras lhe proporcionaram popularidade e fortuna. Eakins exerceu uma profunda influência como pintor e professor, no desenvolvimento do naturalismo nos Estados Unidos. Entretanto, sua tendência para o realismo na pintura foi demasiado adiantada para a sua época.  

Thomas Cowperthwait Eakins, 1844-1916,  foi um pintor realista americano, fotógrafo, professor e educador de artes plásticas. Ele é amplamente reconhecido como um dos artistas mais importantes da história da arte americana. 




Fonte: Josa Motril  


(JA, Mai18)






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