Comandada
pelos galeristas Luisa Strina e Thiago Gomide, pelo curador Ricardo Sardenberg
e pelo empresário cultural Emilio Kalil, a feira da duração de três dias visa
especialmente os colecionadores de arte e os jovens interessados em começar uma
coleção. Ela também traz sessões de filmes documentários e um ciclo de
palestras – concentrados no próprio Pavilhão das Culturas Brasileiras – e, ainda,
passeios arquitetônicos pela capital paulista.
Thiago
Gomide conta um pouco da Semana de Arte 2018
Semana de Arte 2018 com a luz de
inverno do Pavilhão das Culturas Brasileiras:
“Uma feira no inverno onde os galeristas são convidados a trazer obras segundo a curadoria de Pablo Léon de la Barra. Uma feira como se fosse uma exposição, com conteúdo coerente e sem repetição, feita de forma pensada” | Thiago Gomide, Bergamin & Gomide
A proposta
curatorial de Pablo León de la Barra dá destaque aos desdobramentos modernistas
da arte nacional e estrangeira e aos seus “inconscientes reprimidos” – ou menos
explorados –, sobretudo através da produção feminina e afrodescendente. Estarão
expostos diversos trabalhos assinados por mulheres, como Lygia Pape (Almeida
& Dale Galeria de Arte); Marina Weffort (Sim Galeria e Simões de Assis
Galeria); Ana Prata (Galeria Millan); Leda Catunda (Celma Albuquerque);
Fernanda Gomes (Luisa Strina); Martha Araujo com Ana Mazzei (Galeria Jaqueline
Martins), além de uma série de obras com viés político de artistas como Anna
Maria Maiolino, Tarsila do Amaral, Carmela Gross, Lenora de Barros, Wanda
Pimentel, Rosângela Rennó e Rosana Paulino, no espaço da galeria Arte 57.
A esperança do Pavilhão das Culturas Brasileiras
A Semana de
Arte é especialmente bem vinda no Parque Ibirapuera por um motivo importante:
há anos em reforma, poucos tiveram a oportunidade de conhecer por dentro o
atual Pavilhão das Culturas Brasileiras – edifício com a melhor vista do Parque
e do seu lago. O espaço cultural está ameaçado pelo projeto mal estruturado de
concessão do parque pela prefeitura, que sugere que o espaço vire um aquário
para pagar as contas do parque. Esta é a hora de nós usuários valorizarmos se
fomentarmos todas as atividades culturais deste espaço, importante pela sua
arquitetura e pela sua centralidade no parque, dando força à ideia de que
alguma instituição cultural abrace o Pavilhão e o transforme em mais um grande
museu e espaço expositivo da cidade. E,
se a intenção da prefeitura for mesmo abrir mão da gestão direta de todos seus
espaços culturais, que empodere o atual departamento hoje conhecido como Museu
da Cidade para fazer a gestão destes futuros contratos junto a organizações da
sociedade civil, contribuindo com a parte estratégica e fiscalizadora, e
garantindo que em hipótese alguma se perca o interesse público e cultural do
Pavilhão.
Confira o potencial do Pavilhão
Nós do
Parque Ibirapuera Conservação defendemos que o Pavilhão da Culturas Brasileiras
cumpra seu papel exclusivamente cultural como vislumbrando na atual versão do
Plano Diretor do Parque Ibirapuera.
Espaço do Pavilhão das Culturas Brasileira, em reforma |
Mostra de arte popular
Além da
feira, das palestras, dos filmes e dos passeios arquitetônicos, o Pavilhão das
Culturas Brasileiras terá, no mesmo período, uma exposição de parte do seu
acervo permanente, com obras de importantes nomes da arte popular do país, como
Amadeo Lorenzato, Chico da Silva, Antônio Poteiro, Chico Tabibuia, GTO,
Alcides, Antonio de Dedé e Resendio. Com este pequeno mas expressivo recorte, o
Departamento dos Museus Municipais pretende dar continuidade ao seu processo de
abertura e difusão do acervo do Pavilhão ao público – cuja democratização está,
agora, ameaçada pelo projeto de concessão.
Serviço
Semana de Arte 2018
Local: Pavilhão das Culturas Brasileiras, Av. Pedro Álvares
Cabral, s/n – Ibirapuera
Data: 01 a 03 de setembro
Horários: 12h às 20h
Entrada: R$ 80,00 (inteira) / R$ 40,00 (meia)
A abertura para a imprensa e convidados acontece no
dia 31 de agosto
Venda de ingressos no local
(JA, Ago18)
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