Esse jovem
sírio faz parte de um projeto da ONG local Nur (“luz”, em árabe), que levou 12
estudantes de arte para retratar, durante uma semana, o estado de Yarmuk — um
campo de refugiados palestinos localizado no sul na capital, Damasco. Quando a
guerra começou, em 2011, havia 160 mil refugiados palestinos ali. Os conflitos
levaram 140 mil deles a fugir, segundo a ONU. O regime sírio cercou o distrito,
aprofundando a crise. Estive ali em 2014, quando visitei a Síria, e conversei
com alguns dos moradores. Naquela época, circulavam duras imagens de multidões
famintas pelas ruas do campo.
Refugiados aguardam entrega de alimento em Yarmouk, em imagem de 2014 |
'Eu estava
com a garganta amarrada quando voltei para o acampamento', Hareth afirmou à
agência francesa. Na sua tela, ele retratou uma criança emergindo do chão com uma
maçã vermelha nas mãos. 'É uma alusão à vida que volta. Assisti a uma cena em
que crianças com maçãs brincavam em antigos campos de batalha'. Outra das telas
descrita pela France Presse foi pintada por Hinaya Kebabi, 22, retratando uma
criança que perdeu um dos olhos durante os embates — a ferida é escondida pela
ilustração de um novo olho em seu rosto.
Pintura feita por estudante de arte em Yarmuk, na Síria |
Fonte: Diogo
Bercito | FSP
(JA, Ago18)
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