Maior feira do
hemisfério Sul abre nesta quarta (11) para convidados e vai
até domingo (15)
Após um ano
considerado difícil, o crescimento da economia brasileira no final de 2017
levou otimismo ao circuito das artes. A 13ª edição da SP-Arte deve ser um dos
termômetros para 2018.
A feira, tida
como a maior do hemisfério Sul, será inaugurada nesta quarta para convidados e
segue até domingo no pavilhão da Bienal.
‘O mercado
está melhorando, o ano passado foi complicado’, diz Luisa Strina. A mais
poderosa galerista do país levará à SP-Arte obras de artistas consagrados, como
Cildo Meireles, Miguel Rio Branco e Anna Maria Maiolino.
O evento
abrigará 131 galerias estrangeiras e nacionais —três a menos que em 2017. O
orçamento, por sua vez, teve diminuição significativa.
Diante das
modificações recentes na Lei Rouanet, que restringiram os limites de captação,
as despesas para colocar a feira de pé foram repensadas, diz Fernanda Feitosa,
idealizadora do evento.
No ano
passado, a SP-Arte foi autorizada a captar cerca de R$ 4 milhões por meio da
Lei Rouanet. Neste ano, baixou a requisição de incentivo para R$ 2,2 milhões,
tendo obtido apenas R$ 400 mil até a última quarta (10) —a captação fica aberta
até junho.
Históricos
e Jovens
Entre os
artistas estrangeiros que terão obras expostas na feira, estão o chinês Ai
Weiwei, trazido pela galeria alemã Neugerriemschneider, e o francês Christian
Boltanski, da Marian Goodman Gallery, de Nova York.
Entre os
brasileiros, ganharam destaque nomes selecionados como artistas-curadores da
próxima Bienal de São Paulo, em setembro próximo. É o caso de Waltercio Caldas,
da galeria Raquel Arnaud, e de Maria Laet, da Marília Razuk.
Já Thiago Gomide, da Bergamin & Gomide,
privilegiou obras que classifica como fortes e históricas, de nomes dos anos
1970 e 1980, como Günther Uecker e Fabio Mauri.
‘É o que o
mercado pede. Desde que os juros caíram, o mercado melhorou’.
Obra 'Pintura Azul' de Antonio Bandeira de 1964 |
Para Julia
Brito, da Luciana Brito, ‘não é porque é jovem que não vende’. ‘É importante
fazer essa mistura, já que muitos compradores estão atrás dos jovens’, afirma.
Entre as cerca
de 15 obras que a galeria terá no evento, estão peças de medalhões, como Marina
Abramović e Waldemar Cordeiro, ao lado de obras de nomes emergentes, como o
francês Raphaël Zarka e o paulista Tiago Tebet.
Como faz em
feiras internacionais, Berenice Arvani terá apenas um artista na SP-Arte. Ao
escolher João José Costa (1931-2014), do grupo Frente, que incluiu Helio Oiticica e Lygia Clark,
ela diz conseguir ‘trazer um caráter cultural, e não tão de mercado’.
Mudança
de Tarifa
Antes da
feira, uma mudança tarifária atrapalhou o orçamento de algumas galerias.
Em anos
anteriores, as obras que entravam temporariamente no país para a SP-Arte
estavam submetidas a tarifas de armazenagem em aeroportos calculadas pelo seu
peso bruto —era usada a tabela aplicada
a eventos cívico-culturais.
Entretanto
concessionárias que administram os aeroportos passaram a enquadrá-las em outra
tabela, com taxas cobradas sobre o valor das mercadorias.
A Fortes
D’Aloia & Gabriel deixou de trazer, por isso, obras de Beatriz Milhazes e
de Valeska Soares para a SP-Arte. ‘Eu não posso pagar esse valor sob um
trabalho que ainda não vendi’, diz a galerista Márcia Fortes, que terá no
estande obras da dupla Osgemeos e de Barbara Wagner.
Fernanda
Feitosa diz que, por meio de uma liminar, conseguiu que galerias importassem
obras sem a nova tarifa.
Antes disso, a
galeria Nara Roesler, que trouxe obras do argentino León Ferrari, desembolsou
R$ 17.000 pela armazenagem das obras em Guarulhos, enquanto esperava pagar R$
200.
Nesta segunda (9), o ministro da Cultura, Sérgio Sá
Leitão, se reuniu com José Ricardo Botelho, diretor-presidente da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) para discutir o caso.
‘O MinC fará
uma consulta formal, para que a Anac regulamente o sentido da expressão cívico-cultura’
e aponte os casos em que a tabela 9 [que cobra tarifa sobre o valor da
mercadoria] deva ser aplicada’, disse Sá Leitão.
SP-Arte
QUANDO nesta qua. (11) para convidados, de qui. (12) a
sáb. (14) das 13h às 21h; dom. (15), das 11h às 19h
ONDE pavilhão da Bienal (parque Ibirapuera, av. Pedro
Álvares Cabral, s/ nº, portão 3)
QUANTO R$ 45 para um dia ou R$ 80 para dois
Texto:
Isabella Menon | FSP
(JA, Abr18)
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