O
chamado ‘Catálogo de Identidades Fotográficas’ da Biblioteca Pública de Nova
York permite buscar fotógrafos por país, gênero, processo fotográfico e ano de
atuação
Retrato de um boulevard de Paris feito pelo pioneiro Louis Daguerre, em 1838 |
Graças a
trabalhos de digitalização de acervo, encontrar fotos do século retrasado
acessíveis na internet deixou de ser uma tarefa complicada. Uma base on-line,
no entanto, se dedicou a um objetivo um pouco distinto: deixar ao alcance
virtual do público não as fotografias propriamente, mas o maior número de
informações a respeito de quem deu vida a elas.
É o que faz o
Catálogo de Identidades Fotográficas – ou PIC, na sigla em inglês – da
Biblioteca Pública de Nova York com seu acervo biográfico com registros de mais
de 120 mil fotógrafos e coleções. O trabalho, capitaneado pelo especialista em
fotografia da instituição David Lowe, levou 13 anos para ficar pronto.
A base, cuja
primeira versão foi ao ar em 2016, coleciona uma gama de informações sobre
fotografias do mundo inteiro desde 1687. Entre elas, além do nome de cada
fotógrafo – empresa ou coletivo – é possível filtrar a busca pelo seu gênero,
nacionalidade, país onde nasceu, trabalhou ou morreu.
É possível
ainda escolher os dados pelo processo fotográfico utilizado (daguerreótipo,
gelatina de prata etc), formato das imagens (cartões-postais, foto
estereoscópica etc), ou pelas fontes que providenciaram os dados a respeito do
fotógrafo ou pelo nome da instituição responsável pelo seu acervo.
Embora se
anuncie como uma base de dados biográficos de fotografia de potencial interesse
a 'historiadores, estudantes, genealogistas ou qualquer amante da história da
fotografia', ela talvez despertasse pouco interesse, não fosse sua 'interface
experimental' intuitiva e fácil de usar.
Os filtros
podem ser selecionados em uma lista na barra lateral à esquerda, enquanto os
resultados aparecem em uma tela ao centro. Em paralelo, um mapa exibe com setas
coloridas os pontos onde o fotógrafo buscado nasceu, trabalhou, instalou-se em
estúdios próprios e, por fim, morreu.
A base permite
a busca até de fotógrafos responsáveis por registros em imagens feitas fora do
planeta – representados no mapa pela lua do filme 'Viagem à Lua' (1902), do
pioneiro do cinema George Méliès – como é o caso do astronauta americano Buzz
Aldrin, autor da primeira selfie feita no espaço, em 1966.
Mapa de acervo biográfico mostra locais onde fotógrafos nasceram, trabalharam e morreram |
Para ajudar na exploração, a biblioteca também preparou um glossário com os processos fotográficos, bem como uma linha do tempo sobre a história da fotografia.
No site do
catálogo, a biblioteca lista todas as fontes biográficas usadas na base de
dados, a qual também está disponível para download gratuito pelo Github. Para
constar na base, o fotógrafo precisa ser listado como autor de trabalhos
fotográficos por um museu reconhecido ou ser amplamente conhecido (nesses
casos, a biblioteca faz uso de informações presentes em bases como a da
Wikipedia).
Do Brasil
O acervo
contempla mais de 1,1 mil fotógrafos de nacionalidade brasileira, na grande
maioria homens. Entre eles, Chichico Alkmim (1886-1978), Claudio Edinger
(1952), Bob Wolfenson (1954) e Sebastião Salgado (1944).
Entre as
mulheres, aparecem nomes como Regina Vater (1943), Claudia Andujar (1931),
Cláudia Jaguaribe (1955) e Adriana Varejão (1964).
Texto:
Murilo Roncolato | =Nexo
(JA, Abr18)
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