Ícone da paisagem de cidades
como Brasília, Niterói e Curitiba, a arquitetura de Oscar Niemeyer (1907-2012)
é apenas uma parte de sua produção artística. É isso o que mostra a exposição ‘Territórios
da Criação’, que abriu na última terça-feira (2), no Instituto Tomie Ohtake.
Depois de passar pelo Rio de
Janeiro, em 2017 e Brasília, a exposição ‘Oscar Niemeyer (1907-2012) –
Territórios da Criação’, organizada por ocasião dos 110 anos de nascimento do
arquiteto, chega ao Instituto Tomie Ohtake com a adição de algumas obras.
A curadoria de Marcus Lontra
e Max Perlingeiro, além de reunir um conjunto inédito de desenhos, pinturas,
esculturas e peças de mobiliário feitos pelo consagrado arquiteto, traz também
obras de artistas que trabalharam com ele em seus emblemáticos projetos, como
Alfredo Ceschiatti (1918-1989), Alfredo Volpi (1896-1988), Athos Bulcão
(1918-2008), Bruno Giorgi (1905-1993), Candido Portinari (1903-1962), Franz
Weissmann (1911-2005), Joaquim Tenreiro (1906-1992), Maria Martins (1894-1973),
Roberto Burle Marx (1909-1994) e Tomie Ohtake (1913-2015).
Oscar Niemeyer nasceu no Rio
de Janeiro em 15 de dezembro de 1907, e morreu na mesma cidade em 5 de dezembro
de 2012. ‘Ao longo de sua vida, Niemeyer produziu intensamente e afirmou-se não
apenas como arquiteto, como a primeira referência estética brasileira
reconhecida em todo mundo, mas também como artista e intelectual respeitado,
atuando em várias frentes do conhecimento humano’, afirma Marcus Lontra.
‘Ruínas de Brasília’, 1964 |
‘Ruínas de Brasília’, 1964,
duas raras pinturas de Niemeyer – uma delas nunca exposta – se juntam a 25
desenhos inéditos, que retratam com seu inconfundível traço a Igreja de São
Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte, a Oca e o Parque
Ibirapuera, em São Paulo, o Palácio do Planalto, a Catedral de Brasília, o
Palácio da Alvorada, o Caminho Niemeyer, em Niterói, e a Bolsa de trabalho, em
Bobigny, França, entre outros
Oscar Niemeyer, por Marcio Scavone |
A exposição também dedica um
espaço a retratos de Oscar Niemeyer assinadas por grandes fotógrafos: Antonio
Guerreiro, Bob Wolfenson, Edu Simões, Evandro Teixeira, Juan Esteves, Luiz
Garrido, Marcio Scavone, Nana Moraes, Nani Góis, Orlando Brito, Ricardo
Fasanello, Rogerio Reis, Vilma Slomp, Walter Carvalho e Walter Firmo.
Sem título, caneta hidrográfica sobre papel |
Para mostra em São Paulo, foi
incluída a maquete original do trabalho de Tomie Ohtake realizado para o
Auditório do Ibirapuera, uma monumental pincelada vermelha do chão ao teto do
grande hall.
Há ainda desenhos, pinturas, esculturas e azulejos criados por grandes artistas para projetos arquitetônicos de Niemeyer, e que se tornaram igualmente símbolos desses espaços, como um estudo feito por Volpi em têmpera sobre cartão para a Capela Dom Bosco, em Brasília; um estudo em aquarela e duas provas de azulejos feitos por Portinari para a Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha; duas esculturas em pequeno formato como estudo para os ‘Candangos’ e outra para ‘Meteoro’, de Bruno Giorgi, que estão em Brasília em escala monumental.
A exposição reunirá ainda uma
série de documentos e publicações, mostrando o Niemeyer designer gráfico.
Niemeyer criou a revista ‘Módulo’, na década de 1950, dedicada à arte e à
arquitetura, publicada até 1964, e retomada por ele em 1975, quando retornou ao
Brasil. Além disso, será exibido continuamente o vídeo ‘Oscar Niemeyer: a vida
é um sopro’, 2006.
Exposição: ‘Oscar
Niemeyer (1907-2012) – Territórios da Criação’
Local: Instituto Tomie Ohtake, Av. Faria Lima 201 -
Complexo Aché Cultural
Abertura: de 02 de abril, até 19 de maio de 2019
De terça a domingo, das 11h às 20h
Entrada franca
Fonte: ArchDaily Brasil, Revista Museu
(JA, Abr19)
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