Técnicas artesanais, matérias-primas
naturais e produtos sustentáveis foram destaque da 39ª Home & Gift
Mano de Baé - escultura em cerâmica
O design independente e o
artesanato nacional chamaram a atenção em propostas inusitadas, com o uso de
materiais impactantes, a exemplo do concreto e da madeira bruta, entre os
lançamentos reunidos por 187 expositores.
Centro de mesa Affonso, de concreto reforçado com fibras de polipropileno |
No evento, artistas
plásticos, artesãos e designers apresentaram seus trabalhos em áreas
exclusivas. Um desses espaços, o Projeto Célula, voltado à promoção da
diversidade criativa, da arte e da cultura brasileira, tem na direção a
curadora de arte Cris Rosenbaum, ao lado de Marco Aurélio Pulchério, da
marco500, agência que comercializa produtos de decoração assinados por artesãos
e designers nacionais.
Almofada de tricô de fio 50% algodão e 50% acrílico |
‘Peças feitas à mão e com
design autoral, como uma almofada bordada, podem mudar a decoração. É isso que
dá a alma a um lar e diferencia o ambiente. Ao contrário de lugares bege e
sempre iguais’, afirma Cris Rosenbaum. ‘Trazer para dentro de casa uma renda ou
um tricô, por exemplo, é uma forma de esquentar os espaços com referências
nacionais’, diz.
Para Pulchério, há um
interesse crescente pela produção autoral e artesanal, e isso se deve à procura
de uma identidade cada vez maior na escolha dos objetos que são levados para
casa.
‘Antes, não havia tanto essa
preocupação, de encontrar a sua própria cultura e de retratar a sua história em
peças decorativas. Tempos atrás, as pessoas vinham de fora carregando objetos
da Europa para decorar suas casas. Hoje, valorizamos a beleza da imperfeição,
como costumo dizer’, conta, referindo-se às características do trabalho
artesanal, que nunca se repete.
Jaqueline Chiabay - Banqueta Novelo, feita com resíduos de couro de cabra e madeira |
‘O imperfeito é belo e faz
parte, tanto na madeira quanto no metal ou em outro material, coisa que há
pouco tempo era impensável. Cada vez mais, buscamos essa possibilidade, de ter
uma peça única e que conte um pouco sobre a nossa origem e cultura’, afirma.
À frente da Massa Branca,
marca de objetos utilitários e decorativos, que participou do Projeto Célula, a
empresária Silvia Finotti diz que, atualmente, o consumidor quer comprar peças
com algum valor agregado.
‘Eu percebo que existe uma
procura maior por objetos que tenham algo para contar e que sejam
confeccionados a partir de materiais sustentáveis. Há uma preocupação em saber
como e com o quê cada peça foi produzida’.
Fonte: Yara
Guerchenzon | Sobremorar, FSP
(JA, Ago19)
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