sábado, 31 de agosto de 2019

Feira de decoração em São Paulo valoriza 'a beleza da imperfeição'



Técnicas artesanais, matérias-primas naturais e produtos sustentáveis foram destaque da 39ª Home & Gift



Mano de Baé - escultura em cerâmica

Tramas, temas, cores e texturas que remetem à natureza estão entre as tendências apresentadas na 39ª edição da ‘Home & Gift’, feira do setor de decoração, presentes e mobiliário, realizada entre os dias 14 e 18 de agosto pela Associação Brasileira das Empresas de Utilidades e Presentes (Abup), em São Paulo.

O design independente e o artesanato nacional chamaram a atenção em propostas inusitadas, com o uso de materiais impactantes, a exemplo do concreto e da madeira bruta, entre os lançamentos reunidos por 187 expositores.


Centro de mesa Affonso, de concreto reforçado com fibras de polipropileno

 São móveis feitos a partir de resíduos de madeira encontrados na mata, bordados aplicados em objetos decorativos e criações e revestimentos que resgatam as artes do tricô e do crochê.

No evento, artistas plásticos, artesãos e designers apresentaram seus trabalhos em áreas exclusivas. Um desses espaços, o Projeto Célula, voltado à promoção da diversidade criativa, da arte e da cultura brasileira, tem na direção a curadora de arte Cris Rosenbaum, ao lado de Marco Aurélio Pulchério, da marco500, agência que comercializa produtos de decoração assinados por artesãos e designers nacionais.

Almofada de tricô de fio 50% algodão e 50% acrílico

‘Peças feitas à mão e com design autoral, como uma almofada bordada, podem mudar a decoração. É isso que dá a alma a um lar e diferencia o ambiente. Ao contrário de lugares bege e sempre iguais’, afirma Cris Rosenbaum. ‘Trazer para dentro de casa uma renda ou um tricô, por exemplo, é uma forma de esquentar os espaços com referências nacionais’, diz.

Para Pulchério, há um interesse crescente pela produção autoral e artesanal, e isso se deve à procura de uma identidade cada vez maior na escolha dos objetos que são levados para casa.

‘Antes, não havia tanto essa preocupação, de encontrar a sua própria cultura e de retratar a sua história em peças decorativas. Tempos atrás, as pessoas vinham de fora carregando objetos da Europa para decorar suas casas. Hoje, valorizamos a beleza da imperfeição, como costumo dizer’, conta, referindo-se às características do trabalho artesanal, que nunca se repete.


Jaqueline Chiabay - Banqueta Novelo, feita com resíduos de couro de cabra e madeira

‘O imperfeito é belo e faz parte, tanto na madeira quanto no metal ou em outro material, coisa que há pouco tempo era impensável. Cada vez mais, buscamos essa possibilidade, de ter uma peça única e que conte um pouco sobre a nossa origem e cultura’, afirma.

À frente da Massa Branca, marca de objetos utilitários e decorativos, que participou do Projeto Célula, a empresária Silvia Finotti diz que, atualmente, o consumidor quer comprar peças com algum valor agregado.

‘Eu percebo que existe uma procura maior por objetos que tenham algo para contar e que sejam confeccionados a partir de materiais sustentáveis. Há uma preocupação em saber como e com o quê cada peça foi produzida’.







Fonte:  Yara Guerchenzon   |   Sobremorar, FSP



(JA, Ago19)




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