quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Gustav Klimt






Gustav Klimt, 1862-1918, foi um pintor simbolista austríaco, líder do Movimento da Secessão de Viena – grupo de artistas que se desligaram do academismo da pintura e aderiu ao Simbolismo.


‘O Abraço’, 1905~1909

Os desenhos e pinturas de Gustav Klimt, refinados, sugestivos, sensuais, ricos em referências, são obras provocativas, que encerram e transmitem a atmosfera da Viena da ‘belle epoque’, a Viena de Freud, Gustav Mahler, e Schönberg.

Nasceu em 14 de julho de 1862 na pequena localidade de Baumgarten, ao sul de Viena, na Áustria Imperial, que em 1867 foi substituída pelo Império Austro-Húngaro. Filho de Ernst Klimt, ourives gravador, e de Anna Fiuster, vienense de modestas condições sociais. Foi o segundo dos sete filhos do casal. Com 14 anos ingressou na Escola de Artes e Ofícios de Viena, juntamente com seu irmão Ernest, com o qual trabalhará com até a morte dele, em 1892.

Logo os dois estavam desenhando e vendendo retratos a partir de fotografias.

Em 1879, Gustav, seu irmão, e o amigo –companheiro de estudos- Franz Matsch, passaram a auxiliar seu professor na pintura de murais para o átrio do Museu de História da Arte de Viena. Em 1880 começaram a receber encomendas e realizaram diversos trabalhos, entre eles, quatro alegorias para o teto do Palácio Sturany em Viena, o teto do prédio da terma de Karlsbad na Tchecoslováquia, e a decoração da Villa Hermès, a partir de desenhos de Hans Makat.

Começa oficialmente a carreira de artista realizando decorações pintura de vários edifícios públicos e tornando-se, em breve, o herdeiro de Hans Makart, 1840-1884.

Em 1886, ao realizar um trabalho para o Burgthater de Viena, o estilo de Gustav começou a se diferenciar, iniciando um processo de afastamento do academismo da pintura convencional aprendida na escola. Em 1890, Gustav Klimt fundou e presidiu, junto com outros artistas, a ‘Associação Austríaca de Artistas Figurativos’, com o objetivo de se contrapor à conservadora Sociedade dos Artistas Vienenses.

Engajado numa nova perspectiva, desenvolveu uma produção de forte cunho decorativo, ganhando grande visibilidade, e sendo solicitado para decorar prédios e instituições, como a decoração do teto e das escadarias laterais do imponente ‘Teatro Municipal de Viena’, além de ter finalizado o projeto de decoração do ‘Museu Histórico da Arte’.

Em 1894, recebeu a tarefa de pintar três grandes painéis para o teto do auditório da Universidade de Viena, para representar as figuras da Filosofia, da Medicina e da Jurisprudência.

A decoração para a Assembleia Magna da Universidade de Viena, que tem por tema a filosofia, a medicina e a Jurisprudência, realizada por Klimt entre 1900 e 1903, causou críticas severas por parte das autoridades vienenses, que lhe contestaram o conteúdo erótico, e a inédita abordagem composição das pinturas. Da mesma forma, foi considerado obsceno o grande frisos decorativo realizado em 1902 para a sala que abrigava o monumento a Beethoven, obra de Max Klinger. Esses escândalos marcaram o fim da carreira oficial de Klimt. Mas Gustav Klimt nunca se deixou intimidar.

Como escreveu o mesmo Klimt, em uma carta à ‘Kunstlerhaus’ (a ‘casa do artista’, estrutura associativa dos artistas vienenses e organização oficial das exposições), o seu propósito era o de ‘trazer a vida artística vienense um relacionamento vital com a evolução da arte estrangeira, e propor exposições de puro caráter artístico, livre das exigências do mercado’.

O último painel do teto do auditório da Universidade de Viena só foi concluído em 1907. Nesse mesmo ano, liderou um grupo de artistas que fundou a ‘Secessão de Viena’, e aderiu ao simbolismo - a versão austríaca da Art Nouveau decorativa.  O termo ‘Secessão‘ é um empréstimo à história romana; refere-se ao método de luta usado pelos plebeus para obter a igualdade de direitos contra os patrícios, a ‘Secessio Plebis’. A palavra torna-se um termo de moda, significando a revolta dos jovens artistas contra o conservadorismo da geração anterior, e as taxas oficiais.

Klimt, usando as inovações decorativas do ‘Art Nouveau’, movimento relacionado especialmente com as artes aplicadas, do qual se tornou o maior representante no campo da pintura, desenvolveu um estilo rico e complexo, inspirando-se frequentemente na composição dos mosaicos bizantinos, por ele estudados a Ravenna. 

No plano mais teórico, em vez disso, tratava de abrir as fronteiras ao espírito da época, utilizando a arte simbolista, com uma forte conotação erótica.

Longe das correntes de vanguarda da pintura de então, e em contato com os aspectos mais inovadores da arquitetura e do design do século XX, Klimt foi um defensor de jovens artistas, incluindo Oskar Kokoschka e Egon Schiele (que foram apresentados aos vienenses, respectivamente, no Kunstschau de 1908 e de 1909).



‘O Beijo’, 1907~1908


Seus trabalhos mais famosos pertencem a ‘fase dourada’, em que utiliza folhas de ouro e retrata principalmente mulheres adornadas por pequenos objetos e formas geométricas, como no ‘Retrato de Adele Bloch-Bauer’, 1907, e ‘O Beijo’, 1907-1908 - sua obra-prima. Pintava com extrema minúcia levando suas modelos a longuíssimas seções.


Emílie Flöge e Gustav Klimt


Foi apaixonado por Emílie Flöge, com quem teve um longo caso de amor, e foi sua companheira durante anos.

Com seu estilo rebelde de vestir, na maioria das vezes envolto em uma túnica escura, Gustav Klimt tornou-se uma figura exótica. Por muitos anos tentou, sem sucesso, ser admitido na Academia de Arte de Viena. Só em 1917, recebeu o devido  reconhecimento, ao ser eleito membro honorário daquela entidade. No entanto, no ano seguinte sofreu um ataque de apoplexia, vindo a falecer.

Gustav Klimt faleceu em Viena, Áustria, no dia 6 de fevereiro de 1918.







Fonte: Paolo Marconi  |  WP



(JA, Ago19)

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