Rembrandt Harmenszoon van Rijn (Leida, 15 de julho de 1606 — Amsterdam, 4 de outubro de 1669) foi um pintor e gravador holandês. -^- 'Rembrandt Laughing', 1628 |
Rembrandt Rindo – a história de duas
únicas pinturas
'Rembrandt Laughing', 1628, é uma das poucas
pinturas de Rembrandt, do final de 1620, realizada sobre cobre. Ele assinou no
canto superior esquerdo com seu monograma 'RHL' (Rembrandt Harmenszoon
Leidensis), que ele usou apenas brevemente, do final de 1627 ao início de 1629.
Uma inscrição em francês
escrita à mão no verso (provavelmente do século XIX), menciona o filósofo
Demócrito.
Aqui, em um trabalho pequeno
e livremente pintado, ele aparece sob o disfarce de um soldado, relaxado e
envolvendo o espectador com uma risada.
Neste sofisticado autorretrato,
pintado aos 21 ou 22 anos de idade, Rembrandt combina um estudo de caráter e
emoção (conhecido em holandês como um tronie) com uma auto apresentação jovial
rara. As pinceladas curtas no rosto e a manipulação rápida do fundo neutro
transmitem uma sensação de espontaneidade e urgência
.
Rembrandt se retratou
descontraído e vestindo traje militar. Ele sorri amplamente, mostrando seus
dentes. Seu cabelo cai elegantemente em um longo cacho por cima do ombro
esquerdo. Essa pintura é notável porque é uma evocação física de uma risada. É
possível sentir o corpo inteiro rindo, e isso se reflete no rosto, com os olhos
enrugados e um grande sorriso. O riso é uma emoção muito difícil de retratar,
especialmente se o artista está tentando fazer isso, olhando em um espelho para
fazer um autorretrato. Embora possamos atribuir esta imagem à sua atitude
jovial e ao seu crescente sucesso na época, ela também pode ser considerada
como uma propaganda para suas habilidades.
Rembrandt Rindo é contagiante.
Seu sorriso atrai você e faz você responder na mesma moeda. Rembrandt pintou
cerca de 90 autorretratos durante sua vida, incluindo cerca de cinquenta
pinturas, trinta e duas gravuras e sete desenhos.
Os autorretratos mostram um
diário visual do artista ao longo de um período de quarenta anos. Os
historiadores de arte afirmam que ele fez isso como uma investigação
psicológica em seu 'eu'. A autorreflexão não pode ser totalmente excluída, mas
a realidade é mais simples. O mercado de arte necessitava de peças históricas e
'tronies' (retratos que expressam uma emoção particular).
Por não usar um modelo, mas a
si mesmo, posando como uma persona bíblica ou mitológica, Rembrandt salvava
tempo, dinheiro e abordava diferentes compradores de arte simultaneamente. Além
disso, mestres famosos se retrataram para colecionadores de retratos de
celebridades, e muitos deles também mantinham autorretratos em seu estúdio para
mostrar a sua habilidade para clientes potenciais.
'Rembrandt - Self-portrait as Zeuxis Laughing', ~ 1662 |
Ele se retratou rindo em
apenas duas pinturas. No segundo, 'Rembrandt - Self-portrait as Zeuxis
Laughing' (Autorretrato Como Zeuxis Rindo), ~ 1662 é o penúltimo de Rembrandt,
pintado 6 anos antes da sua morte. Ele não esconde sua velhice, com camadas
grossas de tinta fazendo os sulcos na testa e as pesadas bolsas sob seus
olhos, literalmente palpáveis. Mas, apesar deste estilo áspero e realista, ele
difere de seus outros autorretratos.
O pincel nas mãos de
Rembrandt identifica sua profissão. Mas por que ele está rindo, olhando
diretamente para o espectador? A imagem da mulher idosa nas sombras do lado
esquerdo dá a resposta. Refere-se a uma lenda sobre o antigo pintor Zeuxis, que
riu até a morte depois de pintar uma velha bruxa que ordenou um retrato de si
mesma como Afrodite, deusa do amor.
Sem dúvida, essa história
atraiu o pintor da vida real, em um momento de sua carreira quando os
compradores o abandonaram em favor de um novo, idealizado estilo classicista.
Ao retratar a si mesmo como Zeuxis, que muitas vezes também se sentiu mal
compreendido pelo público, Rembrandt ridiculariza um mundo que finge ser melhor
do que é. A última risada de Rembrandt nesta pintura é provocativa sobre o
espectador.
Ele é considerado um dos
maiores nomes da história da arte europeia e o mais importante da história holandesa.
É considerado, por alguns, como o maior pintor de todos os tempos. Suas
contribuições à arte surgiram em um período denominado pelos historiadores de
'Século de Ouro dos Países Baixos', na qual a influência política, a ciência, o
comércio e a cultura holandesa, particularmente a pintura, atingiram seu ápice.
Os maiores triunfos criativos
de Rembrandt são exemplificados especialmente nos retratos de seus
contemporâneos, autorretratos e ilustrações de cenas da Bíblia.
Seus autorretratos formam uma
biografia singular e intimista em que o artista pesquisou a si mesmo sem
vaidade e com a máxima sinceridade.
A representação de cenas
bíblicas era baseada no conhecimento de Rembrandt sobre o texto específico, na
sua assimilação da composição clássica, e em suas observações da população de
Amsterdam. Devido à sua empatia pela condição humana, ele foi chamado de 'um
dos grandes profetas da civilização'.
Fonte: Arteeblog
(JA, Fev19)
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