Masp exibe 30 obras inéditas da artista, que diz ser o momento
para tratar de questões raciais
Inspirada em
poema de Maya Angelou, Sonia Gomes cria com madeira e tecidos. Foram realizadas
neste ano, a pedido do diretor artístico do museu, Adriano Pedrosa.
‘Sabia que o
título da mostra ia suscitar questões. É uma frase muito poética, que serve
para qualquer pessoa, porque estamos caindo e levantando o tempo todo diante
das dificuldades da vida. Gosto dele pelo momento que estamos vivendo —é a hora
de falarmos de questões raciais’, diz a artista.
O ativismo
explícito emprestado de Angelou para o nome da exposição aparece de maneira
diferente, muito mais sutil, nos trabalhos que estarão na mostra.
Esculturas
de Sonia Gomes
'Correnteza', da série Raiz, 2018 |
Acordes Naturais, 2018 |
NT, 2018, Escultura de costura, amarrações em tecido, rendas diversas e madeira |
'Santa', 2018 |
Sonia Gomes
costura esculturas de próprio punho a partir de pedaços de panos encontrados em
brechós ou recebidos do público, que envia os tecidos até do exterior.
Para os
novos trabalhos, teve a ideia de conectar os retalhos a troncos de madeira,
elemento novo em sua produção. ‘É um trabalho muito orgânico, conectado à
natureza’, afirma. Ela diz procurar a abstração em suas peças.
Maya Angelou
é conhecida por sua luta pela igualdade racial. Aos 17 anos, foi a primeira
motorista negra de ônibus em San Francisco, e na década de 1960 viajou pela
África, envolvida com movimentos de independência, além de ter convivido com
Malcolm X.
‘Lido com
questões poéticas, não sou ativista, de ir para a rua. O ativismo está no
próprio trabalho, que carrega muita identidade negra, porque eu sou negra’,
afirma a artista de 70 anos.
Sonia nasceu
em Caetanópolis (MG) e formou-se em Direito antes de entrar no mundo das artes,
aos 45. Alcançou reconhecimento internacional em 2015, quando foi a única
brasileira convidada para a 56ª Bienal de Veneza.
Sonia Gomes: ‘Ainda Assim Me Levanto’
Quando Abertura: 13 de nov. Até 10 de mar. de 2019.
Qua. a dom., das 10h às 18h. Ter., das 10h às 20h.
Onde Masp - avenida Paulista, 1.578
Preço R$ 35 (R$ 17 meia). Grátis às terças
Fonte: João
Perassolo | FSP
(JA, Out18)
Nenhum comentário:
Postar um comentário