Acervo digital reúne 30 trabalhos da obra visual do músico
inglês, que marcou o pop mundial e faleceu em 2016
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Série de retratos feitos por David Bowie entre 1955-1996 |
Uma galeria
armazenada na plataforma digital de arte ‘Very Private Gallery’ e mantida por
um usuário que se identifica como Greg Bot reúne dezenas de pinturas e
ilustrações de David Bowie, músico britânico que marcou o rock e o pop mundial
e faleceu em 2016.
A galeria,
criada em 2017 e atualizada pela última vez em dezembro de 2018, contava até
então com 30 produções de Bowie — que, ainda que tenha feito história na
música, divulgou menos seus trabalhos de artes visuais, que ainda hoje são
pouco conhecidos por parte do público.
O acervo,
que levou o nome ‘A Soulful Art Legacy’ (‘Um legado artístico com alma’, em
tradução livre), reúne gravuras em alta resolução de diferentes fases da obra
visual de Bowie, cuja pintura foi marcada pela influência de movimentos como o
expressionismo alemão e de artistas como Frank Auerbach, David Bomberg e Francis
Picabia.
A reunião de
litogravuras de inspiração expressionista, acentuada na época em que Bowie
viveu em Berlim, na Alemanha, compõe mais de um terço da galeria. As obras
foram feitas entre meados da década de 1970 e o fim dos anos 1990, e incluem um
retrato do músico Iggy Pop.
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Retrato de Iggy Pop, feito em 1978 |
Bowie também
criou mais de um retrato do pianista Mike Garson — que concedeu as imagens à
galeria digital — e diversos autorretratos, feitos sobretudo no ano de 1996. Os
desenhos mesclam influências artísticas.
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Retrato de Mike Garson, sem data |
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Autorretrato de David Bowie, 1996 |
Parte do
acervo inclui rascunhos e desenhos inacabados que Bowie fez para diferentes
projetos, incluindo o cenário e a maquiagem de um filme (não produzido) que
vinha sendo gestado pelo músico em 1974.
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‘Ashes to Ashes’ (sem data), estudo de Bowie |
O acervo
também reúne duas imagens de desenhos que Bowie fez quando viajou à África do
Sul. Segundo o criador da galeria, as obras ilustram ‘pensamentos do músico
sobre a história do ancestral branco’’.
‘Em 1995,
Iman [modelo e esposa de David Bowie desde 1992] e eu fizemos nossa primeira
viagem à África do Sul’, o músico escreveu. ‘Uma das histórias predominantes é
que, quando as primeiras tribos [sul-africanas] viram o homem branco,
presumiram que estavam sendo visitadas por seus ancestrais — em sua mitologia,
os ancestrais aparecem como uma forma branca fantasmagórica’.
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‘Ancestor’, sem data |
O legado de David Bowie
Nascido em
Londres em 1947, David Bowie iniciou a carreira na década de 1960. Conhecido
como ‘Camaleão do Rock’, encarnou diversos personagens e, pela criatividade de
sua obra, é considerado um dos músicos mais populares, inovadores e influentes
de todos os tempos.
São de sua
autoria algumas das músicas mais famosas do pop britânico nas décadas de 1960 e
1970, como ‘Space Oddity’, ‘Life on Mars?’ e ‘Heroes’. Bowie também produziu
discos de Lou Reed e Iggy Pop. Sempre cuidadosamente planejada — às vezes,
cênica — sua obra musical influenciou áreas como ficção científica, publicidade
e moda.
Na década de
1970, quando roqueiros se julgavam ‘semideuses’, Bowie usou o artifício e a
encenação para rir do circo do rock’n’roll, que se levava muito a sério. No
álbum ‘The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders of Mars’ (1972), o britânico narrou a trajetória de um astro de rock
marciano que era alçado à condição de profeta e visionário na Terra, mas morria
decadente e esquecido, agarrado a glórias passadas.
Após a morte
de Bowie, no dia 10 de janeiro de 2016, o Nexo escreveu que o músico “nunca
poderia pertencer a nenhum movimento, pois seu olho estava sempre navegando por
diferentes e muitas direções”.
Fonte:
Mariana Vick | =Nexus
(JA, Jan19)
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