Exposição reúne 150 obras, do século 15 até a modernidade
Van Dyck,
Rembrandt, Goya, Toulouse-Lautrec, Munch. Pense num grande pintor que foi
também um mestre da gravura e certamente vai encontrar uma de suas obras entre
as 453 que integram a coleção do Itaú Cultural na mostra Imagens Impressas:
Percurso Histórico pelas Gravuras da Coleção Itaú Cultural.
Do acervo,
150 gravuras foram selecionadas pelo curador Marcos Moraes e cobrem a história
da gravura europeia desde o século 15, acompanhando a evolução da técnica, do
alemão Martin Schongauer (1448-1491) ao espanhol Picasso (1881-1973).
‘Cristo Carregando a Cruz', 1475, gravura de Martin Schongauer
Garotas na Ponte, 1918, gravura do norueguês Edward Munch
‘Ainda
estamos estudando a coleção para identificar a autoria de algumas gravuras’,
revela o curador, destacando a predominância de Doré e Daumier no acervo. Há,
ainda, certas lacunas, que começam a ser corrigidas com novas aquisições, caso
da litogravura de Picasso, comprada este ano, e a xilogravura de Munch,
adquirida no ano passado. Ao analisar esse acervo, o curador Marcos Moraes
imagina que ele foi formado para construir uma possível narrativa da história
da gravura ocidental desde o século 15..
A separação
por núcleos seguindo a ordem cronológica foi uma opção curatorial que permite
explicar ao visitante como a função da gravura foi mudando através dos séculos,
servindo para ilustrar livros e jornais no passado e ganhando autonomia nos
últimos dois séculos. É o caso da gravura de Toulouse- Lautrec (1864-1901),
Última Balada, no limiar da abstração e que, no entanto, replica as figuras que
dominavam os cartazes do pintor feitos segundo a técnica litográfica (e com uma
economia cromática franciscana).
‘Última Balada', gravura do francês Toulouse-Lautrec: traços modernos |
Gravura de Picasso que reinventa imagem original de Lucas Cranach |
Daumier
também foi pintor, mas não teve a projeção de seu contemporâneo Delacroix
(1798-1863), que nasceu numa família de posses (seu pai era ministro) e ia
todos os dias ao Louvre estudar os renascentistas italianos. Uma das mais belas
gravuras da mostra, Le Tasse Moqué Dans la Prison des Fous, foi baseada numa
tela sua – e gravada por Leópold Flameng. Por vezes o nome do gravador acaba
associado ao autor das gravuras, mas quase sempre é possível identificar a
origem da imagem.
Há casos
únicos em que se reconhece a autoria de imediato, como o das gravuras do romano
Piranesi (1720-1778), famoso por suas obras que elegem a arquitetura como tema
(especialmente as ruínas e os cárceres imaginários). Na mostra há também
retratos de artistas ingleses (Reynolds) e paisagens francesas (Daubigny, um
precursor do impressionismo). Simplesmente uma mostra encantadora.
Imagens Impressas: Percurso Histórico
pelas Gravuras da Coleção Itaú Cultural.
Itaú Cultural -
Avenida Paulista 149 São Paulo-SP, CEP: 01311 000 [Estação Brigadeiro do
metrô]. Tel.: (11) 2168-1777
Até 17 de fevereiro de 2019
Terça a sexta 9h às 20h [permanência até as 20h30], sábado,
domingo e feriado 11h às 20h
Entrada gratuita
Livre
Fonte: Antonio
Gonçalves Filho | OESP
(JA, Jan19)
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