Itaú Cultural dedica três andares ao arquiteto responsável por
imprimir a identidade brasileira na movelaria
Croquis do Arquiteto Sergio Rodrigues |
Arquiteto e designer de inconfundível bigode, Rodrigues (1927-2014) também levava o bom humor e a jovialidade às suas criações, caso da icônica poltrona Mole, que o projetou internacionalmente.
‘Ele tinha um estilo bonachão, mas foi um homem extremamente inteligente’, diz Fernando Mendes, presidente do Instituto Sergio Rodrigues.
Filho do pintor Roberto Rodrigues e sobrinho do dramaturgo Nelson Rodrigues, o designer carioca ganha retrospectiva de sua vida e carreira na exposição ‘Ser Estar - Sergio Rodrigues’, que estreou no último dia 09.
O arquiteto criou móveis que são considerados exemplos de brasilidade, em especial por romper com os padrões europeus que eram copiados na indústria moveleira nacional até a década de 1940.
Peças suas foram projetadas para o Congresso Nacional, em 1958, e para o Ministério da Relações Exteriores, em Brasília, em 1960, além da embaixada brasileira em Roma.
Para Mendes, o arquiteto colocou o design nacional no circuito internacional porque compreendia que o brasileiro ‘é um povo descontraído, de misturar, que criou um jeito próprio de ser, por se tratar de uma nação recente’.
O presidente do instituto relembra que o arquiteto não seguia tendências. Rodrigues costumava dizer que era ‘um pouco barroco’, por causa dos adornos e do excesso de detalhes. ‘Ele compreendeu que as pessoas não têm uma natureza simples e apostava na complexidade humana’.
Na exposição, que ocupa três andares do centro cultural, estão expostos 63 móveis —em 60 anos de carreira, estima-se que ele tenha desenhado mais de 1.200 itens.
Em outro andar, uma retrospectiva da sua vida, com fotografias e móveis dos seus contemporâneos, como Lina Bo Bardi e Geraldo de Barros.
Outro pavimento é dedicado às construções arquitetônicas de Rodrigues. Nele, os visitantes poderão experimentar algumas poltronas que foram desenhadas pelo arquiteto.
Criador do modelo pré-fabricado, que ele rotulou como ‘SR2’, as estruturas de uma casa chegam já prontas para a instalação, uma maquete em tamanho real reproduz parte de um de seus projetos.
Na mostra, fotos, vídeos e croquis de estudos de móveis e plantas também são expostos. ‘Ele se atentava aos detalhes de um espaço, mesmo que se tratasse de uma planta, ele desenhava até gestos das pessoas’, diz Mendes.
Ser Estar - Sergio Rodrigues
Itaú Cultural, av. Paulista,149
De 9/6 até 5/8
Ter. a sex.: 9h às 20h; sáb., dom. e feriados: 11h às 20h
Grátis
Texto: Isabella Menon |
FSP
(JA, Jun18)
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