Ateia, bissexual e inventora da dança
moderna, Duncan acabou falecendo de maneira insólita
Nascida em 1877 na cidade
de San Francisco, Estados Unidos, Isadora Duncan marcou a história da dança:
inovando por não seguir regras formais ou técnicas rígidas de balé, ela abriu
as portas para o que chamamos hoje de dança contemporânea. Entretanto, Duncan
teve um final trágico: passeando de carro aos 50 anos, ela acabou enrolando seu
lenço de pescoço nas rodas do veículo, o que a levou à morte.
Trajetória
Isadora Duncan, em 1927 |
Duncan via a dança como uma
forma natural de expressão do espírito humano. Inspirando seus movimentos na
arte da Grécia Antiga, ela se mudou para Londres aos 21 anos, após
tentativas fracassadas de fazer carreira nos Estados Unidos. Lá, ganhou o
suficiente para alugar um estúdio de dança, e logo foi convidada pela atriz e
dançarina Loie Fuller para uma turnê pela Europa.
A artista tinha como missão
compartilhar sua filosofia da dança e liberdade de expressão. Para isso, ela
abriu escolas onde ensinava sua técnica a jovens alunas: a primeira foi
inaugurada em Berlim-Grunewald, Alemanha, em 1904, e suas seis alunas ficaram
conhecidas como as ‘Isadorables’.
Além da dança, as roupas de
Duncan também eram inovadoras: ao contrário das dançarinas de Balé tradicional,
ela se movia com tecidos leves e esvoaçantes, que davam sensação de conforto. E
o fato de ela se autodeclarar ateia, simpatizante comunista e bissexual, também
chamava muita atenção do público.
Duncan performando com colegas à beira do mar |
Sua fama ganhou repercussão
mundial, e a artista chegou a ser descrita pelo ocultista britânico Aleister
Crowley da seguinte forma: ‘Isadora Duncan tem esse dom de gesto em um nível
muito alto. Estude sua dança, se possível em privado e em público, e aprenda a
soberba inconsciência - que é a consciência mágica - com a qual ela adapta a
ação à melodia’.
Terrível acidente
Duncan teve dois filhos, um
em 1906 com o designer de teatro Gordon Craig, e o outro em 1910, com Paris
Singer. As crianças acabaram morrendo afogadas em 1913 junto à
babá, em um acidente de carro no rio Sena, na França - evento do qual a artista
nunca se recuperou. E um automóvel também levaria ela mesma à morte.
No ano de 1927, Isadora
andava de carro com alguns amigos em Nice, vestindo um lenço de seda esvoaçante
pintado à mão pelo artista Roman Chatov. Seu lenço, acidentalmente, se enroscou
nas rodas do automóvel, arremessando a artista e fazendo-a quebrar o pescoço.
Levada ao hospital, Isadora faleceu logo depois, e suas cinzas foram colocadas
ao lado dos filhos no cemitério Père Lachaise, em Paris.
Fonte: Joseane Pereira
| AH-Aventuras na História
(JA, Jan20)
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