quinta-feira, 18 de julho de 2019

Com novos espaços, MAM baiano volta ao roteiro turístico do país


Conjunto tombado pelo patrimônio histórico é restaurado e reentregue após anos de reforma




Situado num antigo engenho do século 17, às margens da Baía de Todos-os-Santos, o conjunto arquitetônico Solar do Unhão, que abriga o MAM-BA (Museu de Arte Moderna da Bahia), em Salvador, foi reentregue ao público após cinco anos de reforma.

É de 2013 o projeto de requalificação e restauro do espaço, que é tombado pelo IPAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 1943. Mas as obras só foram concluídas neste mês.




O museu devolveu à cidade espaços antes fechados, como um cinema, agora com 104 poltronas, um café e o Parque das Esculturas. Também foi reinaugurada a prainha. O investimento do governo estadual foi de R$ 15 milhões.

Dia 18 será aberta a licitação para a reforma do píer e do restaurante, ainda fechados, informou o diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) da Secretaria de Cultura do Estado, João Carlos de Oliveira, gestor do MAM.

‘Nesse período de obras, mantivemos as exposições e as oficinas em funcionamento, além das apresentações de jazz no verão, mas tivemos que repensar o uso dos espaços’, disse Oliveira.

No dia 27, ocorrerá a primeira sessão pós-reforma do projeto Jam no MAM que, sempre aos sábados, no fim da tarde, reúne amantes do improviso musical. Além do som, o público curte o cair do sol na baía.




A atual exposição no MAM é ‘Imaginária’, do artista Vik Muniz, na capela do Solar do Unhão. A obra resgata ícones esquecidos da arte sacra a partir de milhares de recortes de catálogos de exposições.



No Parque das Esculturas, o visitante encontra obras de artistas como Bel Borba, Carybé e Mestre Didi.

O acervo próprio do MAM tem Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari e Pierre Verger, entre outros.

A requalificação do conjunto recoloca o MAM no roteiro das grandes mostras internacionais, diz o diretor do Ipac.

O conjunto do Solar do Unhão era um complexo agroindustrial no estilo dos engenhos de açúcar, com casa-grande, capela, senzala, armazéns e cais. Foi erguido em três pavimentos, em alvenaria de pedra, com arcada de tijolos no térreo.

O acesso ao casarão se dá sobre uma ponte de quatro arcos com azulejos portugueses, de ornamentação barroca. A capela Nossa Senhora da Conceição, no estilo rococó tardio, tem fonte, aqueduto e chafariz em arenito.

O conjunto já serviu como fábrica de rapé, armazém de derivados de cacau, trapiche e até quartel, durante a Segunda Guerra, até que virou o MAM, por iniciativa da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi nos anos 1960.





Fonte: Franco Adailton   |   FSP



(JA, Jul19) 

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