Conjunto tombado pelo patrimônio
histórico é restaurado e reentregue após anos de reforma
Situado num antigo engenho do
século 17, às margens da Baía de Todos-os-Santos, o conjunto arquitetônico
Solar do Unhão, que abriga o MAM-BA (Museu de Arte Moderna da Bahia), em
Salvador, foi reentregue ao público após cinco anos de reforma.
É de 2013 o projeto de
requalificação e restauro do espaço, que é tombado pelo IPAN (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 1943. Mas as obras só foram
concluídas neste mês.
O museu devolveu à cidade
espaços antes fechados, como um cinema, agora com 104 poltronas, um café e o
Parque das Esculturas. Também foi reinaugurada a prainha. O investimento do
governo estadual foi de R$ 15 milhões.
Dia 18 será aberta a
licitação para a reforma do píer e do restaurante, ainda fechados, informou o
diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) da Secretaria de
Cultura do Estado, João Carlos de Oliveira, gestor do MAM.
‘Nesse período de obras,
mantivemos as exposições e as oficinas em funcionamento, além das apresentações
de jazz no verão, mas tivemos que repensar o uso dos espaços’, disse Oliveira.
No dia 27, ocorrerá a
primeira sessão pós-reforma do projeto Jam no MAM que, sempre aos sábados, no
fim da tarde, reúne amantes do improviso musical. Além do som, o público curte
o cair do sol na baía.
A atual exposição no MAM é ‘Imaginária’,
do artista Vik Muniz, na capela do Solar do Unhão. A obra resgata ícones esquecidos
da arte sacra a partir de milhares de recortes de catálogos de exposições.
No Parque das Esculturas, o
visitante encontra obras de artistas como Bel Borba, Carybé e Mestre Didi.
O acervo próprio do MAM tem
Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari e Pierre Verger, entre
outros.
A requalificação do conjunto
recoloca o MAM no roteiro das grandes mostras internacionais, diz o diretor do
Ipac.
O conjunto do Solar do Unhão
era um complexo agroindustrial no estilo dos engenhos de açúcar, com
casa-grande, capela, senzala, armazéns e cais. Foi erguido em três pavimentos,
em alvenaria de pedra, com arcada de tijolos no térreo.
O acesso ao casarão se dá
sobre uma ponte de quatro arcos com azulejos portugueses, de ornamentação
barroca. A capela Nossa Senhora da Conceição, no estilo rococó tardio, tem
fonte, aqueduto e chafariz em arenito.
O conjunto já serviu como
fábrica de rapé, armazém de derivados de cacau, trapiche e até quartel, durante
a Segunda Guerra, até que virou o MAM, por iniciativa da arquiteta
ítalo-brasileira Lina Bo Bardi nos anos 1960.
Fonte: Franco Adailton
| FSP
(JA, Jul19)
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